quinta-feira, 19, setembro, 2024

Escola “Lysanias de Oliveira Campos” recebe palestras com a temática racial

Atividades foram desenvolvidas por uma parceria entre o Centro de Referência Afro "Mestre Jorge" e o Coletivo "Cadê Tereza?"

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Por meio de uma parceria entre a equipe do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge” e o Coletivo “Cadê Tereza?”, foi ministrado um conjunto de palestras com temáticas raciais na Escola Estadual “Lysanias de Oliveira Campos” nesta sexta-feira (23). Os temas apresentados foram: “Colorismo e representatividade negra nas mídias”, “Ancestralidade e demonização do continente africano” e “Hipersexualização dos corpos negros”. O convite foi feito pela direção da escola, com intuito de abrir o diálogo mais amplo e plural sobre o assunto.

No período da manhã, a coordenadora de Políticas Étnico-Raciais, Alessandra Laurindo, ministrou a palestra sobre representatividade nas mídias e colorismo, que trouxe à comunidade escolar esses debates tão atuais, visto que nas mídias de massa as pessoas brancas ainda são colocadas com referência e protagonismo, enquanto pessoas negras estão aquém do padrão. Ela abordou como os movimentos negros têm se mobilizado para mudar essa realidade. Não obstante, também conversou sobre o racismo de marca no Brasil e como ele é mais perverso conforme mais escura for a cor da pele.

Na sequência, Thiago Morais e Thiago Rodrigues, membros da equipe do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, falaram sobre ancestralidade e demonização do continente africano e comentaram sobre os vínculos ancestrais e como eles se atualizam, sobretudo na luta antirracista. Atrelado a isso, trouxeram as problemáticas sobre da negativização dos corpos negros em decorrência da colonização e do processo de escravização. Nesse sentido, a demonização do continente africano se constituiu em uma estratégia de dominação e violência para tentar subjugar os povos africanos e afro-brasileiros.

No período da tarde, Nala Sue, ativista e produtora cultural do Coletivo “Cadê Tereza?”, trabalhou com os estudantes a temática da hipersexualização dos corpos negros. Trouxe como o racismo tenta distanciar esses corpos da noção de humanidade, fazendo com que sejam vistos como um objeto de posse, feitos somente para fins sexuais.

O encerramento, em ambos os períodos, foi feito pelo grupo de Maracatu Sementes Crioulas, com o educador Jorge Rufino, e os alunos puderam interagir sobre as vivências, histórias, coreográficas e baques (passos).

Redação

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