sábado, 6, julho, 2024

Mulheres ganham espaço na pesquisa paulista

Universidades e institutos de pesquisa do Estado de São Paulo avançam no crescimento da participação feminina na produção científica

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Mesmo com a ampliação do debate sobre paridade de gênero em cargos de liderança, sobretudo no Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, ainda há um longo caminho a ser percorrido. É o que aponta o relatório elaborado pelo British Council, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). As mulheres representam 46% do total de pesquisadores nos países da América Latina e do Caribe, no entanto, a participação feminina em posições de liderança nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (Stem) ainda é baixa quando comparada à dos homens, no Brasil, por exemplo, o índice não ultrapassa 2%.

Neste cenário, o Estado de São Paulo, traz exemplos positivos com mulheres liderando pesquisas científicas e em cargos de liderança, como as vice-reitoras das três universidades públicas estaduais: Maria Arminda do Nascimento Arruda, da Universidade de São Paulo (USP), Luiza Moretti, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Maysa Furlan, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), além de Liedi Bernucci, presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

A professora titular de Ciências Químicas da Unesp, a paraibana Vanderlan Bolzani, conta que é uma tendência positiva o crescimento de mulheres na ciência, mas há muito espaço para avançar nesse aspecto. “Eu sou do tempo em que os livros não contavam com personagens femininas líderes. As mudanças culturais são lentas; não se mudam costumes e preconceitos de um dia para outro. Vejo como única forma de mudanças o estabelecimento de políticas de Estado voltadas para a questão de gênero como forma de homens e mulheres, juntos, construírem um mundo mais justo e feliz para as próximas gerações.”

Para ela, os dados estatísticos mundiais e nacionais mostram que os números de jovens mestrandas, doutorandas, pós-doutorandas e profissionais no início das carreiras são muito equilibrados, mostrando avanços substanciais na questão de gênero na ciência mundial. “No Brasil, cerca de 54% dos estudantes de doutorado são mulheres, o que significa um aumento de 10% nos últimos 15 anos. É algo bastante significativo, que mostra novos tempos e trajetórias.” acrescenta Bolzani.

Para a pesquisadora de pós-doutorado Marilia Valli, do Instituto de Física da USP de São Carlos, a representatividade feminina na ciência é uma forma de construir novas visões. “Chegar a ser pesquisadora ou fazer parte de uma academia de ciências não é apenas prestígio e reconhecimento. São pessoas que representam a ciência no país, são as referências para os mais jovens, as que dão diretrizes e as que mais influenciam a criação de projetos e políticas na ciência. Aumentar a participação das mulheres nesses ambientes de liderança na carreira é aumentar a representatividade, atrair mais jovens para que atinjam esses níveis no futuro e proporcionar maiores discussões para que tenham ações de inclusão feminina. É essencial”, avalia.

Sobre a SCTI

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) tem o objetivo de aumentar a sinergia com todos os atores que integram o ecossistema de inovação, fomentando o conhecimento científico no Estado de São Paulo. Conta com os seguintes órgãos vinculados: Instituto de Pesquisas Tecnológicos (IPT), Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Centro Paula Souza (CPS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), Faculdade de Medicina de Marília (Famema) e Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp).

Redação

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