segunda-feira, 8, julho, 2024

Quilombo Rosa recebe programação do FIDA nesta sexta (23)

Festival Internacional de Dança de Araraquara apresenta “Calungas & Mungangueiros” e Aldeia Kariri Xocó; ainda: acontece Workshop Selvagem para professores na EMD, e Sessão Maldita no Teatro Wallace Leal

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Nesta sexta-feira (23) a programação do FIDA – Festival Internacional de Dança de Araraquara leva sua programação ao Quilombo Rosa, no Valle Verde, com “Calungas & Mungangueiros: uma insolência para um rei mal coroado” (19h) e Aldeia Kariri Xocó (19h40). A programação também será realizada na EMD, com Workshop Selvagem para professores; e no Teatro Wallace Leal, com a Sessão Maldita.

A programação do FIDA 2022, realizada pela Secretaria Municipal da Cultura e Fundart, com apoio do Sesc Araraquara e FCL-Unesp Araraquara, apresenta como proposta temática: “Quando Insolentes Dançam…”, com toda a programação gratuita.

Quilombo Rosa – A programação no Quilombo Rosa tem início com “Calungas & Mungangueiros: uma insolência para um rei mal coroado”, às 19 horas. O trabalho é resultado da “Residência Selvagem” proposta pelo professor, pesquisador e artista Denny Neves para o FIDA 2022.

A residência – direcionada para artista da cena (dança e teatro) e artistas visuais locais – teve como objetivo apresentar uma ênfase nos estudos provenientes das culturas afroameríndias por meio da produção de bonecos, máscaras alegorias e adereços para desenvolver processos de criação coreográfica e performances que envolvem a produção de objetos inspirados nas figuras fantásticas provenientes das manifestações da Cultura Popular.

A residência se constitui como proposta de continuidade das residências anteriores, os quais “Tupinambausch – Ensaios indígenas para uma dança moderna” (2019) e “Extinto(s)?” (2021), se complementam como trilogia ao propor a presente edição.

De acordo com Denny Neves, para os povos afroameríndios as bonecas não são simplesmente um brinquedo. “Essas têm história, ancestralidade e guardam entre os retalhos civilizações, uma cultura motriz repleta de representatividade que o Brasil tentou apagar da sua memória”, discorre.

“É por meio das ‘Calungas e Mamulengos’ que insolentemente apresentamos a expressão ‘munganguear’, que advém da palavra africana ‘munganga’, cujo significado, no contexto contemporâneo das culturas afro-ameríndias, pode estar associado aos filhos ’Condenados da Terra’, como descrito por Frantz Fanon (1968)”, esclarece o pesquisador.

Na sequência, às 19h40, tem o ritual Toré, com Pawanã, Kajaby, Yrú, Kayã, Crody, Kayony, da Aldeia Kariri Xocó. Segundo o Pajé Pawanã, o povo Kariri Xocó é identificado através de sua maior força, que é dada o nome de “Toré”.

“Na nossa língua ‘To’ significa canto, som, e ‘Ré’ significa sagrado. Porém, ela é uma palavra que se dá vários cantos e várias danças. Para cada momento, para cada dia na vida da gente existe um tipo de Toré, que é um tipo de canto ou de dança, que traz o sentido, equilíbrio, a cura, a alegria, o acasalamento, o renascimento, a passagem… para tudo na vida a gente pratica o Toré”, explica o Pajé Pawanã.

“Não é uma apresentação, é um ritual, porque tudo o que nós praticamos é sagrado, é um rito. Através dele nós chamamos todos os nossos ancestrais… nos faz estar em contato diretamente com nossos quatro elementos da natureza, ele traz o contato com nosso mundo espiritual. Quando nós cantamos e dançamos a gente entra em uma conexão totalmente espiritual”, finaliza.

EMD e Sessão Maldita – Na Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira será finalizada a “Formação de professoras/es”, que foi estruturada para garantir plurais desdobramentos e discussões. O FIDA foca em narrativas e experiências insolentes que transpassam os processos cognitivos do ensino/aprendizagem em Dança. Para isso, foi pensado um time de profissionais com vasta experiência na área da docência em Arte a fim de oxigenar as práticas/teorias, justamente, das professoras/es que estão atuando nesta área de conhecimento. São quatro artistas-docentes convidadas: Daniela Amoroso (SP/BA), Janaína Lobo Gonçalves (PI), Fernanda Bevilaqua (MG), Roberto Freitas (PI) e assistência de Lélis Andrade (SP).

A Sessão Maldita terá início às 22h no Teatro Wallace Leal, com a apresentação de “O Corpo Movendo Tempo” e “Negativa”; logo após, às 23h, “Kambaí: A fuga espiralar” será realizada no Palacete das Rosas. A classificação etária para a Sessão Maldita é de 14 anos, e os ingressos serão distribuídos uma hora antes da apresentação.

SERVIÇO

FIDA 2022

Data: sexta-feira (23 de setembro)

Programação:

8h e 13h: Workshop Selvagem – Formação de professoras e professores

Local: Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira

19h: “Calungas & Mungangueiros: uma insolência para um rei mal coroado” – (classificação: 10 anos)

Local:  Associação Quilombo Rosa                                               

19h40: “Toré”, com Aldeia Kariri Xocó

Local: Associação Quilombo Rosa

+ Sessão Maldita (classificação: 14 anos)

22h: “O Corpo Movendo Tempo” + “Negativa”

Local: Teatro Wallace Leal

23h: “Kambaí: A Fuga Espiralar”

Local: Palacete das Rosas

Endereços:

– Associação Quilombo Rosa – Av. Lázaro Machado, 1150 – Valle Verde

– Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira – Av. Vicente Jerônimo Freire, 22 – Vila Xavier

– Palacete das Rosas – Rua São Bento, 794 – Centro

– Teatro Wallace Leal Valentin Rodrigues – Av. Espanha, 485 – Centro

Grátis

Redação

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