sexta-feira, 22, novembro, 2024

Reunião debate ações articuladas em rede para mulheres em situação de rua

Coordenadoria de Políticas para Mulheres convoca reunião para debater essa realidade tendo em vista o contexto de maior vulnerabilidade em relação aos homens

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No último dia 11 de outubro, quarta-feira, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social recebeu uma reunião que contou com representantes da Coordenadoria de Políticas para Mulheres/Centro de Referência da Mulher, Casa da Acolhida, Centro POP, Consultório na Rua, Coordenadoria Executiva de Proteção Social,  Gerência de Proteção Social Básica, Gerência de Proteção Social Especial, CAPS 2 e CAPS-AD para debater a realidade atual das mulheres em situação de rua em Araraquara.

A iniciativa foi da coordenadora de políticas para mulheres, Grasiela Lima, a partir da constatação do aumento expressivo de mulheres em situação de rua nos últimos tempos, e também pelo fato de que essas começaram a acessar o serviço do CRM com diferentes demandas, incluindo a violência por parte de parceiros ou conhecidos. “Sabemos que as mulheres ainda são minoria nos contextos de rua, não só em Araraquara, mas em todo o país. Contudo, é bastante perceptível o aumento de mulheres nessa situação, fato que nos faz pensar na necessidade de fortalecimento das políticas intersetoriais levando-se em consideração a singularidade da violência de gênero e as outras formas de violação de direitos que estão submetidas”, afirmou Grasiela.

Segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no período de 2019 e 2022 houve um aumento de 40% na população em situação de rua. No que se refere ao aumento de mulheres, as causas estão relacionadas ao rompimento dos vínculos com os familiares, violência doméstica, falta de recursos para pagar aluguel, uso abusivo de drogas, o que pode desencadear também distúrbios psicológicos e/ou psiquiátricos. “A feminização deste público tem trazido novos desafios para projetos e políticas públicas, como a violência de gênero, uso abusivo de drogas, saúde mental, população em situação de rua, maternidade, empregabilidade, entre outras questões que dão a dimensão da complexidade dessa situação”, explicou a coordenadora.

Dessa forma, a reunião contou com coordenadoras, gestoras e profissionais da rede que atuam em nossa cidade e que atendem diretamente a população de rua, destacando-se a realidade das mulheres. Nos debates empreendidos, foram pontuados os protocolos de cada serviço, o aprimoramento do fluxo de acolhimento e atendimento, buscando uma melhor articulação da Assistência Social, dos Direitos Humanos e da Saúde, e tendo em vista o foco no fortalecimento dos vínculos familiares, no tratamento da saúde física e mental, no enfrentamento à violência de gênero, na formação profissional e retorno ao mundo do trabalho, pois a inclusão produtiva, ao lado do tratamento da dependência química, são pontos fundamentais e desafiadores quando pensamos em construir junto dessas mulheres um projeto de vida pautado pela cidadania e dignidade humana. “Trata-se, portanto, de uma situação extremamente complexa que não pode ser resolvida a partir de ações simplistas e isoladas. Nesse sentido, foi destacado pelas profissionais que são mulheres que têm vivências em situação de rua que são marcadas pelas condições que as levaram às ruas, assim como marcas da própria vivência nas ruas”, completou Grasiela.

Rita Ferreira, coordenadora de Proteção Social da Secretaria de Assistência de Desenvolvimento Social, também apontou a relevância da ação. “O trabalho em rede é fundamental para qualificar os nossos serviços. Além de aumentar a capilaridade de nossos atendimentos, tem muitas outras vantagens, como a troca de experiência entre os vários atores institucionais que potencialmente podem transformar esse acúmulo de experiências em ações concretas, contemplando a diversidade dos territórios e da população atendida”, ressaltou.

Redação

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