sexta-feira, 22, novembro, 2024

São Paulo não tem mais focos ativos, mas continua em alerta para queimadas

Araraquara também registrou vários focos de queimadas na última semana

Mais lido

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nessa segunda-feira (26) que São Paulo não tem mais nenhum foco ativo de incêndio. Até o final da noite de domingo (25), o estado ainda tinha seis pontos.

“Nós fizemos o reconhecimento agora pela manhã e os focos que remanesciam em Pedregulho, Paulo de Faria já foram extintos. Então, não tem nenhum foco ativo no estado de São Paulo”.

Em entrevista, o governador também afirmou que três pessoas foram presas em São José do Rio Preto, Batatais e Porto Ferreira por provocar incêndios criminosos. O governo acredita, por ora, que não há uma ação orquestrada. A Polícia Civil e a Polícia Federal investigam.

No domingo (25), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que os incêndios registrados no interior de São Paulo são atípicos e precisam ser investigados. Segundo Marina, a Polícia Federal abriu dois inquéritos para apurar as causas das queimadas em São Paulo.

Ainda de acordo com o governador, as Forças Armadas continuam mobilizadas com o Corpo de Bombeiros para fazerem trabalhos preventivos nas áreas de maior incidência.

Na avaliação de Tarcísio, três grandes fatores foram responsáveis pelo alastramento do fogo nos últimos dias: estiagem, altas temperaturas e ventos fortes.

“Primeiro, de fato, é estiagem severa que se alastrou aí por muito tempo… o estado de São Paulo vem sofrendo. A gente já tinha vários municípios em situação de emergência. Nós tivemos uma combinação explosiva de fatores. Alta temperatura, ventos muito fortes e baixíssima humidade relativa do ar nesses últimos dias. Então qualquer coisa poderia causar uma ignição.”

Tarcísio estima que o prejuízo provocado ao estado por conta das queimadas supere o valor de R$ 1 bilhão.

Duas pessoas morreram e mais de 800 tiveram que deixar suas casas desde que o fogo começou, na sexta-feira (23), segundo dados do governo estadual. Mais de 20 mil hectares já queimaram na região, que teve mais de 2.300 focos de incêndio em apenas três dias, de acordo com a Defesa Civil.

Araraquara

A Prefeitura de Araraquara entrou com ação na Justiça Eleitoral solicitando autorização para realizar campanha institucional de prevenção e combate às queimadas. A medida é necessária em razão das várias vedações impostas pela Lei Federal 9.504/1997, que vigora neste período que antecede às eleições municipais. Entre essas vedações, está a proibição de publicidade institucional de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos.

Considerando a necessidade de se orientar a população em relação aos problemas causados pelas queimadas, pela baixa umidade do ar e pelo calor extremo, agravados por uma estiagem que ultrapassa 4 meses, a Prefeitura quer intensificar suas ações e lançar uma campanha com orientações e advertências acerca das questões ambientais legais relacionadas às práticas das queimadas e também conscientizando as pessoas sobre os riscos para o meio ambiente e para a saúde, entre outras questões pertinentes.

O prefeito Edinho também vai entrar em contato com o Ministério Público do Meio Ambiente para juntos dialogarem sobre ações conjuntas de combate às queimadas a serem implantadas no município.  

Araraquara mantém, desde 2017, a Operação Estiagem, um plano de contingência deflagrado todo mês de maio e que visa intensificar no município o monitoramento e o combate a incêndios em vegetação no período de baixa umidade relativa do ar. Os trabalhos são coordenados pela Secretaria Municipal de Cooperação dos Assuntos de Segurança Pública, por meio da Defesa Civil, e acontecem numa parceria com o Corpo de Bombeiros, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Secretaria de Governo, Planejamento e Finanças, Secretaria de Obras e Serviços Públicos, Secretaria de Saúde, Secretaria de Comunicação, o Daae Araraquara, além de outros setores.

Fatores climáticos

No entanto, esse ano o problema se agravou. Todos os fatores climatológicos – diminuição do volume de chuvas, aumento das temperaturas, menor umidade relativa do ar e tempo mais seco – aliados à falta de conscientização e de cuidados das pessoas, além de práticas criminosas, são fatores que contribuíram para esse aumento no número de incêndios e queimadas.

A Prefeitura vem trabalhando. Desde abril, com o início do período de estiagem, a fiscalização foi intensificada e foram aplicadas 45 multas, além de outras 120 ocorrências de notificações e que estão dentro do prazo de defesa do notificado. Os valores destas multas variam de R$ 730 a R$ 365 mil, de acordo com a área queimada.

No último fim de semana, os casos de queimadas às margens das rodovias de todo o Estado de São Paulo, inclusive na região, colocaram os órgãos públicos em alerta. Na manhã de sábado (24), a Defesa Civil estadual emitiu um novo alerta para possibilidade de novas queimadas na região nas próximas horas.

Diante de todos os riscos decorrentes dos incêndios registrados nos últimos dias às margens das rodovias, a Defesa Civil tem orientado os motoristas a redobrar a atenção ao dirigir ao avistar um foco de incêndio ou fumaça densa e a sair imediatamente da área e buscar abrigo seguro. Outra orientação é evitar atravessar áreas com cortinas de fumaça e fogo. Caso seja inevitável, é importante reduzir a velocidade, manter os faróis baixos acesos e uma distância segura do veículo à frente. Em, sempre, informar o Corpo de Bombeiros (193) e a Defesa Civil (199).

A Secretaria Municipal de Saúde também está emitindo alerta sobre os riscos à saúde causados pela redução da umidade do ar e o aumento das queimadas que podem gerar complicações para a saúde humana, como agravamento de sintomas respiratórios, irritação nos olhos e ressecamento da pele. A orientação é que a população beba muita água durante o dia, mesmo que não sinta sede; que evite colocar as mãos nos olhos, nariz e boca; aplique soro fisiológico nas narinas para evitar ressecamento; evite exposição ao sol, use protetor solar e utilize umidificadores ou toalhas molhadas nas janelas.

Redação

Mais Artigos

Últimas Notícias