O governador de São Paulo João Dória (PSDB) anunciou no início da tarde desta segunda-feira (06) que a quarentena, prevista para acabar nesta terça-feira (07) será prorrogada por mais 15 dias, se estendendo até o dia 22 de abril.
A medida mantém ainda, duras restrições para a circulação de pessoas e aglomerações e segue obrigando estabelecimentos comerciais, não essenciais a continuar com as portas fechadas.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Araraquara (Sincomercio), Antonio Deliza Neto, eles seguirão o decreto. “Somos cumpridores da lei. Porém, vamos aguardar o decreto municipal que deve seguir aquilo que o governador determina. Vale ressaltar também nossa preocupação com a segurança e o bem-estar de todos, principalmente funcionários e clientes”, diz ele.
Sobre como a economia local vai se sustentar com as portas dos comércios fechadas ele diz que é uma incógnita “Muitas empresas vão encerrar suas atividades e acredito eu, com um número grande de desempregados. Infelizmente, isso será uma realidade a ser constatada num futuro próximo. Mas, acredito que vamos nos sustentar com muito trabalho. Será uma retomada muito longa e gradual da economia”.
Perguntado se os empresários pretendem fazer novos movimentos para que consigam restaurar a ordem econômica na cidade, Deliza afirma que “havia um movimento para que pudéssemos retomar nossas atividades no dia 7, mas infelizmente isso não vai acontecer. Mas, vamos ver se o governo se manifesta sobre facilitar o pagamento dos impostos e adote medidas que ajudem o segmento”.
Quanto aos comerciantes aguentarem a crise de portas fechadas Deliza diz que depende do quanto cada um tem de reserva em caixa. “Os mais preparados terão condições de sobreviver por mais tempo” – finaliza o presidente do Sincomercio.
De acordo com o presidente da Associação do Comércio e Indústria de Araraquara (ACIA), José Janone Junior, o comércio como qualquer outra atividade profissional, precisa respeitar as leis para continuarem suas atividades. Mas ressalta que “embora o decreto do governador seja muito severo com relação ao isolamento social, no entendimento da ACIA, compete ao prefeito municipal ajustar o decreto genérico do governador, a realidade do município, considerando o quadro de saúde e condições de preparo do município, versus o impacto que será causado com o desemprego e com a perda de arrecadação com as empresas fechadas”.
Diz ainda que “infelizmente a economia local será duramente castigada, centenas de empresas encerrarão suas atividades e milhares de pessoas perderão seus empregos se o prefeito não encontrar uma medida conciliadora”.
Perguntado se as empresas aguentarão permanecer fechadas ele afirma que “as grandes empresas e os grandes magazines possuem estrutura organizacional e de caixa para suportar mais tempo essa crise, porém, mesmo que elas consigam suportar até uns 60 dias, elas não manterão funcionários registrados recebendo salário e estando impedidos de trabalhar. As pequenas e micro empresas não tem condições de aguentar mais nenhum dia. 90% das empresas que falei a respeito já iniciaram o processo de férias coletivas e demissão de seus funcionários. Infelizmente essas empresas estavam funcionando no limite e não tinham nenhuma reserva financeira para suportar essa quarentena de portas fechadas”.
Sobre novos movimentos de empresários para que possam retornar ao trabalho, Janone diz que “assim que o prefeito se manifestar oficialmente através de um novo decreto municipal, se ele não contemplar uma maneira das empresas trabalharem respeitando as recomendações de saúde, a ACIA estudará com a FACESP, quais medidas legais podem ser tomadas na responsabilização do governador e do prefeito pela quebradeira que está por vir. Quero lembrar que, se as empresas continuarem sem poder trabalhar, elas não terão condições de pagar seus impostos e o funcionalismo público começará a sentir os impactos em seu contra-cheque também” – finalizou o presidente da ACIA.