domingo, 24, novembro, 2024

Varejo de Araraquara aposta em novas modalidades de atendimento para alavancar as vendas de Páscoa

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O encerramento do mês de março demarca o primeiro ano da pandemia de Covid-19 em Araraquara. E desde o surgimento dos primeiros casos da doença na cidade, as alterações na rotina e nas prioridades da população vêm promovendo grandes mudanças na forma como as pessoas se relacionam e consomem certos produtos.

Por isso que, passados doze meses do início das medidas de distanciamento social, assistimos o processo de digitalização do comércio varejista ocorrer de forma rápida e abrangendo cada vez mais segmentos. As adequações que as lojas vêm operando visam atender não apenas as demandas mais habituais dos itens e serviços essenciais, mas também as preparar para que sejam capazes de absorver os ganhos adicionais que são proporcionados pelas datas comemorativas.

Com a finalidade de verificar como essas mudanças devem impactar o feriado de Páscoa na cidade, o Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara realizou uma pesquisa de opinião com representantes de supermercados e outros estabelecimentos especializados em venda de chocolates.

O levantamento revelou uma deterioração nas expetativas de faturamento para a celebração deste ano. Como argumentos, os empresários relataram a piora da atividade econômica – com suas consequências negativas para o consumo das famílias e direcionamento dos gastos aos itens essenciais – e a dificuldade de adaptação dos pequenos e médios negócios às atuais tendências de mercado. Eles justificam que a adoção permanente das tecnologias necessárias para o atendimento ao público por meio das novas modalidades de compra, como o delivery e o drive-thru exige investimentos constantes em um contexto de queda de arrecadação e instabilidade nas vendas, tornando a Páscoa de 2021 um desafio ainda maior para comerciantes e consumidores.

Outro fator que explica as expectativas ponderadas para esse ano é que, com a necessidade de distanciamento social e menor circulação de pessoas nos corredores comerciais, muitas lojas reduziram seus estoques para a Páscoa deste ano. A estimativa é que a procura pelas barras de chocolate e caixas de bombons supere a de ovos de chocolate, tendo em vista o preço mais acessível. Além disso, é esperada maior competição de preço dos chamados “atacarejos”, conforme relatado por alguns entrevistados.

Nos relatos também se destacaram a maior atenção e relevância que os comerciantes têm dado à exposição de seus negócios e à divulgação de promoções e ofertas, sobretudo nos meios digitais. A aposta entre eles para 2021 é de que a compra de ovos de chocolate e outros presentes da época sejam feitas contemplando entregas por meio de delivery ou drive thru.

“Em 2020, a Páscoa já havia sido assimilada pelos lojistas como a data comemorativa mais incerta dos últimos anos. Refletindo as expectativas otimistas que permeavam a economia brasileira no início do ano passado, muitos comerciantes apostaram alto nas vendas, investindo em ações de decoração, publicidade e formando os seus estoques de acordo com as perspectivas de aumento das vendas. Mas com a pandemia, os negócios sofreram forte impacto, já que muitos estabelecimentos não estavam devidamente preparados e levaram certo tempo para se adequarem às novas normas sanitárias e à nova realidade. Este ano o desafio é ainda maior, o que causa certa apreensão por parte dos comerciantes, como foi verificado na pesquisa de opinião”, avalia João Delarissa, analista econômico do Sincomercio Araraquara.

Pesquisa comparativa de preços

Além da pesquisa de opinião com os empresários, o Núcleo de Economia também realizou comparações de preços dos ovos de Páscoa, com o objetivo de oferecer ao público uma referência de valores praticados pelos principais estabelecimentos da cidade e auxiliar no planejamento financeiro da população. O levantamento ocorreu entre os dias 4 e 18 de abril de 2021, sempre às quintas-feiras, nos oito supermercados que integram a Pesquisa de Poder de Compra dos Itens Essenciais em Araraquara, também elaborada pelo grupo de estudos econômicos do Sincomercio.

De acordo com a análise, há menor quantidade de marcas sendo oferecidas em 2021 e menos tipos e opções de ovos de chocolate. Em 2020, onze fabricantes estiveram presentes nos supermercados avaliados, com 82 produtos diferentes. Este ano, no entanto, são nove marcas ofertando 75 tipos diferentes de itens relativos à Páscoa.

Avaliando a média de preços praticados de acordo com a gramatura dos ovos, houve uma variação mais significativa nos maiores tamanhos. Os ovos acima de 300g estão, em média, 19,7% mais caros em relação ao ano passado. Já os de tamanho médio (101g a 300g) e pequeno (até 100g) variaram pouco e os valores estão 6,9% e 5,8% mais altos, respectivamente.

Considerando o público-alvo a que se destinam, foi observada redução do número de ovos de chocolate destinados exclusivamente ao público infantil. Em 2020, foram encontrados 41 itens direcionados a esse público, em 14 gramaturas que variavam entre 15g e 220g. Neste ano, 28 ovos infantis foram encontrados, em 12 gramaturas, de 45g a 240g. Em relação ao preço, este ano os ovos infantis estão, em média, 6,0% mais caros nos supermercados avaliados pela pesquisa.

Por outro lado, em 2021, os estabelecimentos optaram por aumentar as opções de ovos de chocolate que não são destinados especificamente ao público infantil. Foram encontrados 47 tipos diferentes em 35 gramaturas, que vão de 60g a 560g. No ano passado, constavam no mercado 41 opções de ovos de chocolate ofertadas ao público em geral em 32 diferentes gramaturas, de 50g a 560g. O preço médio dessa categoria registrou alta de 8,0% em relação a 2020.

Redação

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