Na manhã desta segunda-feira, 7 de setembro, o prefeito Edinho Silva participou, no Paço Municipal, do Ato Cívico Simbólico que marcou o Dia da Independência do Brasil. Em seu discurso, o prefeito destacou a preocupação com as consequências da pandemia do novo coronavírus e a necessidade de união de esforços em torno das soluções.
“Estamos efetivamente diante de uma guerra contra um inimigo que é invisível e que tem uma letalidade altíssima. Por mais que Araraquara tenha a menor letalidade do Estado de São Paulo e a menor do Brasil entre as cidades com mais de 200 mil habitantes, 33 famílias enterraram entes queridos, 33 pessoas deixaram nosso convívio. E a gente, por mais que celebre as vitórias e a nossa capacidade de enfrentamento à doença, são 33 vidas que foram ceifadas”, lembrou o prefeito.
Segundo ele, a situação vivida atualmente no Brasil e no mundo, do ponto de vista da tragédia humana e da tragédia econômica, só se assemelha ao que foi vivenciado durante a Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945. “A tragédia humana leva vidas, porém a tragédia econômica é grave porque gera pobreza, miséria, desagregação familiar, aumenta vulnerabilidade, expõe crianças, adolescentes e jovens que muitas vezes já estão expostos. Expõe ao crime, expõe à prostituição, expõe a todas as mazelas vivenciadas por uma sociedade do século 21”, explicou.
O prefeito destacou a súbita queda do PIB dos países e salientou que a recuperação será muito difícil. “Quando uma economia cai nesse ponto, quem sofre são os setores mais fragilizados, aqueles que não têm uma camada de gordura, simbolicamente falando, para resistir a uma queda como essa. São aqueles que muitas vezes já estão vulneráveis. Eu penso que, enquanto nação, não iremos sair intactos desse processo. Nós vamos ter uma mudança de hábito, vamos ter uma mudança de cultura e de conceitos, tamanho a tragédia de tudo o que estamos vivenciando. É um grande teste para nós enquanto país, enquanto nação e de que forma o Brasil será um país melhor superando tudo isso”, analisou.
Edinho lembrou das carreatas e dos atos em frente à Prefeitura, ocorridos no início da pandemia, contra as medidas tomadas no enfrentamento à doença. “Parecia que a pandemia estava distante de nós. Hoje estamos indo a enterro de conhecidos, estamos com pessoas conhecidas internadas, pessoas entubadas e pessoas correndo risco de vida. Então hoje podemos ter uma dimensão de que a doença não está distante de nós, ela está no meio de nós. E se nós não tivermos um sentimento de patriotismo, dificilmente vamos derrotar esse inimigo. E talvez o patriotismo se expresse nesse momento como solidariedade, em termos solidariedade com aqueles que estão sofrendo com a doença, sofrendo por terem tido contato com ela, perdido familiares, ou sofrendo pelos impactos da economia, pelo desemprego, pelo aumento da pobreza, da fome”, apontou o prefeito.
Edinho destacou ainda que patriotismo também pode ser a nossa capacidade de compreensão e de conscientização. “Quando assistimos cenas de aglomeração de pessoas, de desrespeito às normas da Vigilância, ou seja, pessoas se expondo à contaminação, eu penso que precisamos começar a ter uma ofensiva de conscientização. É preciso conscientizar a pessoa saudável que o problema não é ela pegar a doença e como ela vai responder, mas o problema é para quem ela leva a doença. Ela leva para alguém do grupo de risco, um idoso, alguém com doença crônica e muitas vezes ela leva a doença para alguém de sua família, alguém que ela ama, podendo provocar a doença e a letalidade dessa pessoa”, disse o prefeito, que elogiou o trabalho dos órgãos municipais em torno da questão.
Mesmo com todos os esforços da Prefeitura, ele prevê um aumento no número de casos e de óbitos na cidade. “Por mais que a gente esteja fazendo internação precoce e aplicando todo o protocolo de enfrentamento ao vírus de forma precoce, mesmo assim a letalidade ainda vai aumentar porque pessoas do grupo de risco têm muitas dificuldades de responder à doença”, justifica.
Gesto patriótico
Para Edinho, o povo também precisa se conscientizar de que que o inimigo nesse momento é o vírus e não as pessoas que pensam diferente, por isso é preciso reorganizar o país de forma pacífica. “Reconstruir nossas relações sociais, reconstruir nossas relações econômicas e recuperar os milhões de empregos que foram dizimados, reconstituir as relações de milhões de famílias que foram desestruturadas por conta do desemprego, será um imenso gesto patriótico. E aí temos que derrotar, muitas vezes, o ódio, a intolerância. Uma nação que se propõe a ser nação convive com a divergência e com a diferença. Nem todo mundo precisa pensar igual e querer as mesmas coisas, nem por isso temos que ser inimigos dentro de um mesmo país, nem por isso temos que parar de conversar e de conviver entre nós”, acrescentou.
O prefeito também apontou que a cidade deve ser o ponto de partida para quem tem o desejo de construir um Brasil melhor. “Se queremos construir um país melhor, temos que construir uma cidade melhor. Queremos uma Araraquara melhor. E se transformarmos o lugar onde que a gente mora em um lugar do mundo, estaremos transformando nosso país e construindo uma nação. Aniversário é sempre assim, fazemos balanço do que fizemos e organizar o que vamos fazer. E que esse 7 de setembro seja um pouco isso, para fazermos um balanço de tudo o que construímos enquanto nação e que a gente continue construindo a nação dos nossos sonhos na cidade onde moramos”, finalizou Edinho.
A cerimônia também contou com a presença do vice-prefeito Damiano Neto, do secretário de Cooperação dos Assuntos de Segurança Pública, coronel João Alberto Nogueira Júnior, do major Moisés Sabino Zecheto, representando o 13° Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), do major Frederico Ribeiro de Abreu (comandante interino do 3° Batalhão de Polícia Rodoviária), do subtenente Jardim, representando o 9° Grupamento do Corpo de Bombeiros de Araraquara, do subtenente Cleitor de Almeida Paiva, chefe de instrução, e do 1° sargento Fábio Bezerra de Lima, instrutor, representando o Tiro de Guerra. Também estiveram presentes a comandante da Guarda Municipal, Juliana Zaccaro, e a Banda Regimental do 13° BPM/I, regida pelo 1° sargento Luiz Fabiano Ribeiro.
Foto: Assessoria