A equipe do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge” realizou, nos dias 25 e 26, respectivamente segunda e terça-feira, duas formações antirracistas com educadores do CER Clodoaldo Medina e CER CAIC Rubens Cruz I, ambos na Zona Norte. O objetivo desse encontro foi dialogar com a comunidade escolar sobre o racismo na educação infantil e as estratégias de combate a essa problemática.
Na oportunidade, a coordenadora de Políticas Étnico-Raciais, Alessandra Laurindo, destacou a importância da representatividade negra nos espaços escolares, sobretudo com crianças na primeira infância. “Em minha fala, apresentei exemplos de violências raciais com base nos dados do Centro de Referência Afro para evidenciar o quão impactante e perverso é o racismo, e como ele atinge todas as faixas etárias, sendo especialmente cruel com as crianças”, explicou.
Nos dois encontros, foi salientado sobre a importância de se utilizar materiais afro-referenciados para que haja a promoção da autoestima das crianças negras e a conscientização das crianças não-negras. “Uma vez que o racismo é aprendido, pode ser desconstruído. Sendo assim, trazer historinhas nas quais pessoas negras sejam protagonistas, lápis de tons de pele que as crianças se identifiquem, evidenciar inventores negros, autores negros, entre outros, ou seja, recursos didático-pedagógicos que proporcionem o sentimento de pertença nas crianças”, acrescentou Alessandra.
Para ela, o uso dos espaços no Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) têm sido de fundamental importância para sanar as dúvidas básicas com os educadores que muitas vezes não conseguem participar das formações. “O contato direto com esses profissionais tem proporcionado uma troca muito rica, no sentido de elucidar o trabalho cotidiano e como instrumentalizar na desconstrução do racismo”, concluiu.
Thiago Rodrigues, membro da equipe do Centro Afro, também reforçou a importância da atividade. “A educação infantil tem que ser afetiva e afetuosa para crianças negras, que muitas das vezes, por conta do racismo, são tratadas de forma diferente, negativa. É preciso fortalecer a autoestima dos pequenos, mostrando exemplos positivos sobre a nossa identidade, contrariando o discurso racista que ser negro é algo ruim”, ressaltou.
O Centro de Referência Afro tem defendido que os espaços de ensino precisam ter posturas antirracistas, não somente dentro da sala de aula, mas sim em toda a estrutura da escola. É preciso que toda a comunidade esteja alinhada com esse propósito.