sexta-feira, 22, novembro, 2024

Idas e voltas pelo mundo ao som de Yamandu Costa

Violonista faz show no Sesc Araraquara dia 25 para o lançamento do novo álbum

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Yamandu Costa não para. Radicado em Lisboa desde 2019, o violonista gaúcho faz um giro incansável pelo mundo na turnê de lançamento do seu novo álbum, “Ida e Volta”. O título é bastante sugestivo: remete tanto ao ritmo de vida do músico – que em sua atribulada rotina de shows faz questão de retornar às origens – quanto às referências sonoras que fazem parte do novo trabalho. Este mês, Yamandu volta ao Brasil para uma curta temporada de shows, acompanhado do seu violão de sete cordas.

As primeiras apresentações no Brasil serão em terras paulistas: dia 25 no Sesc Araraquara, dia 26 no Sesc Birigui e dias 27 e 28 no Sesc 24 de maio, em São Paulo. Na sequência, ele parte para Florianópolis, Curitiba e Londrina. Férias, nem pensar. Yamandu teve uma rápida passagem pelo país em janeiro, quando fez shows em Porto Alegre e São Paulo. Depois, esteve em países como China, Rússia, Turquia, Espanha e França. A volta ao Brasil tem um significado especial.

“É muito bom tocar em casa. Será um grande reencontro com o público. Vou apresentar canções novas, buscando aproximar as pessoas do meu universo sonoro. Cada música tem uma razão de ser, por isso vou explicar um pouco a concepção do álbum e as origens dessa nova safra de composições. Tudo de maneira bem informal”, explica Yamandu.

No Sesc Araraquara, dia 25, Yamandu vai apresentar o repertório do show “Íntimo”, com canções de autoria própria e também clássicos de Ernesto Nazareth (“Odeon”), Demetrio Ortiz e Zulema de Mirkin (“Recuerdos de Ypacaraí”). “Íntimo é um show em que costumo quebrar um pouco a seriedade dos concertos, conto as histórias das músicas e faço piada. É algo bem despojado e aberto ao improviso”, explica o violonista.

Já o novo álbum tem como foco a música ibero-americana, com ênfase nos chamados cantes de ida y vuelta. A nomenclatura abarca um aporte de cantos clássicos espanhóis que chegaram à América Latina durante o processo de colonização e voltaram transformados para a Espanha.  Entre eles, o flamenco e as guarânias. Seu compasso, acentuação e harmonia são herança das Guajiras Cubanas e das Rumbas Ciganas.

Essa confluência de ritmos e gêneros musicais tem forte vínculo com a obra de Yamandu. Segundo ele, a música ibero-americana está sempre indo e vindo, num movimento incessante que atinge os países da América Latina. As canções falam de diferentes regiões do continente, mas influenciadas pelos cantes de ida y vuelta, pois bebem das mesmas fontes. Não por acaso, o repertório do show traz composições inéditas e músicas latino-americanas que fazem referência a essa cultura do “vai e vem”.

Composto por 14 faixas autorais, “Ida e Volta” ainda não está integralmente disponível nas plataformas digitais. A cada mês, um novo single é lançado. O próximo é “Missionerita”, que sai no dia 26. Mas aqueles que comparecerem às apresentações ao vivo terão o privilégio de conhecer as composições da obra antes do público geral. Nos shows, será possível adquirir antecipadamente a versão física do disco — uma prática que o artista faz questão de manter. 

Somente em 2023, Yamandu lançou três álbuns e percorreu cerca de 20 países em sua agenda de shows. No mês passado, chegou ao mercado o disco “Helping hands”, gravado em parceria com a violonista Elodie Bouny, sua ex-mulher. Eles adaptaram peças clássicas e composições latino-americanas tradicionalmente tocadas em um só violão. O repertório inclui “La Amapola”, “Seguidillas del Diablo” (de Joaquin Rodrigo, o compositor do “Concerto de Aranjuez”) e “Sonata K386 para cravo”, do italiano Domenico Scarlatti. Um ponto alto do disco é “Remembrance of Rio”, composição de Yamandu que nunca havia sido gravada, e que fala muito sobre o começo de sua vida em casal, com Elodie, no Rio de Janeiro.

Redação

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