O prefeito Edinho recebeu na segunda-feira (13) os responsáveis pelo desenvolvimento do livro “A História Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense”, que será lançado em 24 de março, às 18h30, em evento no Sesc Araraquara.
O projeto é realizado pela Prefeitura, por meio do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, e pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Araraquara – 5ª Subseção, e também tem apoio do Sesc, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros (NEAB) da Uniara e da Academia Araraquarense de Letras.
O livro recupera mais de 500 páginas digitalizadas de escrituras de compra e venda de escravizados em Araraquara no final do século 19, entre 1874 e 1887, que estavam arquivadas em cartório. A publicação também traz transcrições de documentos manuscritos à época e conta com prefácios de instituições e pessoas comprometidas com o combate ao racismo.
“É um documento de muito valor e que recupera uma parte triste da nossa história, mas que precisa ser lembrada e estudada para que nunca mais aconteça. O combate ao racismo é algo central na nossa sociedade atual. Parabéns a todas e a todos os envolvidos nessa pesquisa”, afirma o prefeito Edinho.
A coordenadora de Políticas Étnico-Raciais, Alessandra Laurindo, destaca que o lançamento do livro é importante não só para Araraquara, mas para o mundo. “É uma oportunidade ímpar para que historiadores, pesquisadores e principalmente a população negra se inteire ainda mais de como se deu um dos crimes mais perversos e desumanos que perdurou por 388 anos em nosso país. As escrituras nos mostram relatos dolorosos, porém necessários de serem expostos para que nunca mais paire a dúvida sobre a resistência, a bravura e resiliência dos construtores do Brasil”, explica Alessandra.
Para o presidente da OAB Araraquara, Felipe Oliveira, o livro ‘retira uma cobertura’ que permaneceu sobre essas escrituras de compra e venda por mais de um século. “São mais que documentos históricos que permitem o estudo do período da escravidão: a divulgação ampla do conteúdo das escrituras permite a muitas pessoas conhecerem o seu passado e de suas famílias. As linhas manuscritas causam comoção em quem as lê, pois materializam o tratamento de uma pessoa como uma coisa, sem direito a usufruir sequer da própria liberdade, algo impensável nos dias atuais. Estudando e conhecendo a história, evitamos que graves erros e injustiças se repitam”, declara.
Também estiveram na reunião a secretária de Direitos Humanos e Participação Popular, Amanda Vizoná; o chefe de gabinete, Cristiano Tiago; a vice-presidente da OAB Araraquara, Clara Alvarenga, o secretário, Yuri Tramontano de Souza, e a secretária-adjunta, Camila Claudino; o presidente da Comissão de Combate à Discriminação Racial da OAB Araraquara, Walle Camargo, e o vice-presidente, Claudio Claudino; o coordenador do NEAB/Uniara, professor Edmundo Alves de Oliveira; e o gerente do Sesc Araraquara, Rafael Barcot.