quinta-feira, 4, julho, 2024

Vereador de Araraquara vai colaborar com equipe de transição do governo Lula

Guilherme Bianco (PCdoB) vai atuar na área das Políticas Públicas para a Juventude

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Além do prefeito Edinho Silva (PT) que está atuando na área do Esporte, outro araraquarense vai colaborar com a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O vereador Guilherme Bianco (PCdoB) foi convidado para integrar o Conselho Consultivo do Grupo de Trabalho de Políticas Públicas para a Juventude no governo de transição.

A participação do vereador é voluntária, e as reuniões começaram essa semana. O trabalho se iniciou com os levantamentos sobre a atuação da Secretaria Nacional de Juventude durante os quatro anos do atual governo federal, que se notabilizou pelos cortes orçamentários e pela ausência de diálogo com setores da base da sociedade.

Cientista Social formado pela UNESP de Araraquara, Guilherme leva para a transição muita experiência nas áreas de Educação e Juventude. O vereador já foi membro da Direção Executiva Nacional da UNE, no cargo de Diretor de Universidades Públicas. Também foi docente e Coordenador Administrativo do CUCA e, atualmente, é presidente da Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores de Araraquara.

O vereador falou com exclusividade à reportagem de O Imparcial sobre a sua participação na equipe de transição.

Veja a entrevista na íntegra:

O Imparcial: Qual é o sentimento de ser convidado para fazer parte da equipe de transição?

Guilherme: “O sentimento que me toma pelo convite é de muita gratidão, de muita honra de poder fazer parte desse processo histórico e tão importante de reconstrução do Brasil, além de uma felicidade imensa também do reconhecimento do nosso trabalho aqui na Câmara e do nosso histórico de luta no movimento estudantil. Estou muito feliz e sei que a responsabilidade é imensa de estar representando tanta gente, estar representando Araraquara e região em um grupo de trabalho, em um conselho consultivo tão importante que é esse da juventude”.

O Imparcial: Quais foram os motivos que você acredita que levaram a seu convite?

Guilherme: “Eu penso que o que me ajudou a compor esse conselho da juventude foram algumas coisas, primeiro a minha militância no movimento estudantil e no movimento da juventude, estou nesses movimentos há mais de uma década, mas penso também que a forma como nós temos tocado o nosso mandato tenha sido fundamental para que isso venha a acontecer comigo, pois a gente tem buscado aperfeiçoar as políticas públicas na cidade, propor novas políticas públicas e votar leis que tenham realmente impacto na vida do araraquarense. Acho que que isso tem sido reconhecido pelas direções nacionais, tanto do PCdoB como da própria coordenação do Lula. Então a gente fica feliz porque a gente ajudou a coordenar a campanha do presidente Lula, do Fernando Haddad aqui na cidade, onde o PT conseguiu ganhar as eleições, por isso, acho que é uma somatória de fatos, além dessa nossa desenvoltura política de conseguir defender as pautas nacionais aqui na nossa região”.

O Imparcial:  Como você pode ajudar nessa área para a qual foi convidado para atuar?

Guilherme: “A gente tem uma tarefa que é muito importante que é apresentar um raio-X de tudo o que foi feito pela Secretaria Nacional da Juventude nos últimos quatro anos. Então, a gente tem que apresentar para o presidente Lula, para os futuros ministros e para quem vai ocupar a vaga na Secretaria e há alguns eixos específicos como a questão orçamentária mostrando o que foi programado, o que foi gasto, a gente já tem um primeiro recorte e sabe que foi pouquíssima coisa que foi usada dos recursos, sendo que grande parte foi transferida para as Forças Armadas e não foi gasta com políticas públicas para a juventude. Então esse é um primeiro diagnóstico que a gente pode dar, apesar das dificuldades, porque a atual Secretaria da Juventude não tem passado nenhum documento para nós, temos que trabalhar em cima do portal da transparência, enfim, essa é uma questão importante, a questão orçamentária. Outra questão que estamos debatendo muito é sobre qual vai ser a organização da Secretaria, qual será o organograma funcional da instituição, saber como a gente quer que ela funcione. Uma coisa que a gente pode apontar é que a gente quer que essa secretaria seja interministerial, pois as políticas públicas para a juventude estão ligadas a uma série de áreas, entre elas, o emprego e renda, o combate a evasão escolar, a questão da saúde, a gente tem que pensar na questão da segurança pública, da cultura, dos direitos humanos, então a pasta da juventude está ligada a essas áreas, por isso, estamos tentando construir uma proposta de uma Secretaria que consiga conversar com os mais diversos ministérios. Além disso, a gente tem que apontar as questões urgentes, como por exemplo, a questão que não está prevista pelo governo federal para o ano que vem como a realização do ENEM, então isso é um ponto emergencial que a gente tem que colocar e, assim que o Lula assumir o governo, temos que apontar essas questões para que medidas sejam tomadas para sua solução rápida. Penso eu que vou trabalhar muito para poder escrever o melhor relatório possível junto com os companheiros que estão no conselho com a gente, para que possamos construir o melhor relatório e apontar as melhores soluções possíveis para a Secretaria”.

O Imparcial: O que você espera do futuro governo federal?

Guilherme: “Penso que o governo Lula será um governo de reconstrução e de repactuação nacional. O governo Bolsonaro foi o pior governo da história do Brasil, não há nada nem parecido no ponto de vista da destruição das instituições, de ataques à democracia, de ataques aos direitos, de retirada de direitos dos trabalhadores, de ataques ao SUS, à ciência, não existe nada parecido na história do Brasil com o que fez Jair Bolsonaro em todos os aspectos negativos. Essa forte polarização e, agora eles insistindo, indo ao STF onde o PL acabou sendo multado por pedir a anulação parcial das urnas, uma coisa golpista, baixa, vil. Por isso, penso que o governo Lula vai pegar o país ainda muito polarizado e com um congresso nacional novo e bastante complexo, e que a nossa tarefa é reconstruir o Brasil. Acho que a tarefa do Lula nos primeiro dias vai ser debater de forma muito séria e sincera o combate à fome, o combate ao desemprego, a geração de oportunidades de emprego e renda para cada um e cada uma, para que a gente consiga sair de novo do mapa da fome e que a gente consiga reconstruir o Brasil com todas as forças políticas que sejam democráticas e com todos que estejam a fim de discutir um projeto de país a longo prazo, que não estejam mais a fim de ficar nesse debate do nós contra eles, dos vermelhos contra os verde-amarelos, a eleição acabou. Está na hora de governar para o Brasil, olhar para esse povo maravilhoso que tem passado por grandes apuros, por que a gente tem até 31 de dezembro de 2022, um governo totalmente desastroso. A gente tem que ter uma política econômica diferente desse debate que está sendo feito sobre a responsabilidade fiscal contra a responsabilidade social, como se as coisas fossem feitas dessa maneira. A reação do mercado contra as políticas que o governo está propondo de combate à fome e à miséria, essa dicotomia que existe no Brasil, a gente vai ter que enfrentar com muita serenidade e muita unidade. Não é hora de abandonar ninguém, muito pelo contrário, nós temos que chamar todos os partidos para construir, para conversar. O nosso programa tem que ser a democracia, quem quiser reconstruir a democracia, reconstruir o país, as instituições, ter um plano de desenvolvimento, ter um plano de reindustrialização do país, conseguir efetivamente capitalizar os sentimentos e as demandas da sociedade e transformar isso em uma ação política unitária, onde todas as forças têm que ser bem vindas”, finalizou. 

Redação

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