*Dimas Ramalho
Uma cidade tem como ponto fundante a localização geográfica, ou seja, o
pedacinho do mundo que ocupa. O limite para se falar de um município, portanto, deveria coincidir com esse território, mas a dimensão física não é suficiente para homenagear os 205 anos de Araraquara.
Para lembrar o quanto vi e como participei de uma parte dessa história,
preciso ir além do mapa do Estado de São Paulo e olhar para minhas memórias e afetos, que fazem parte de uma comunidade que existe dentro de cada um que lá vive ou viveu.
Essa Araraquara é a mesma da infância dos meus filhos, das eleições que
disputei, e dos encontros de toda uma vida. É o lugar que pertence a todos que contribuíram de alguma forma, desde 1817, com a construção de tudo o que temos hoje.
Embalada pelos ciclos econômicos de cada época, a cidade prosperou e
chegou ao século 21 como morada aconchegante. A posição estratégica, no
centro paulista, foi um privilégio que impulsionou o desenvolvimento.
O sucesso do município decorreu tanto da produção agrícola em si, que
aproveitou do solo fértil, quanto da vocação logística, que viabilizou o transporte de insumos e produtos para todos os quadrantes do Estado, conduzindo o comércio e a indústria para os melhores padrões. A cultura local também floresceu com estilo e colhe os frutos dessa história.
A retrospectiva é marcada por eventos e fatos que explicam esse
progresso, como a chegada da ferrovia, ainda em 1885, e o pioneirismo na
implantação do ônibus elétrico, em 1959. E as próximas décadas trarão
oportunidades que nem sequer vislumbramos, o que é típico dos novos tempos, em que tudo se transforma em questão de anos.
O importante é que Araraquara continue no centro, não só de São Paulo,
mas do mapa de quem está dedicado a construir um futuro com prosperidade econômica e social, em que os modelos de negócio se modernizam, mas sem apagar o espírito de comunidade e pertencimento de um povo.
Parabéns, morada do sol!
*Dimas Ramalho é presidente do TCE-SP.