sexta-feira, 22, novembro, 2024

De Araraquara para o The Wall Street Journal

Chuvas artificiais recebem cada vez mais investimentos nos EUA

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Ronesier Corrêa – Colaboração

Em junho de 2023, o conceituado jornal de economia dos EUA, The Wall Street Journal,publicou um longo artigo sobre a Semeadura de Nuvens e as Chuvas Artificiais, como solução barata e comprovada pela ciência para enfrentar as mudanças climáticas e secas nos EUA. Infelizmente, o que o jornal não citou foi que: tudo isso começou em Araraquara nos anos 30 e 40 e as patentes e métodos utilizados atualmente, pelos EUA e outros 50 países, são do médico e cientista brasileiro Dr. Frederico De Marco.

A Organização Meteorológica Mundial revisou os programas de chuvas artificiais em todo o mundo em 2018 e concluiu que a semeadura de nuvens é uma tecnologia promissora, mas que a variabilidade natural em cada sistema de nuvens dificulta quantificar a diferença que a semeadura faz. Mas as autoridades locais em todo o oeste dos EUA disseram que é uma maneira econômica de aumentar a chuva e a neve. No Colorado, o distrito aquático de St. Vrain gastou US$ 40 mil (R$ 194,4 mil) em 2022 para a semeadura de nuvens de inverno para aumentar a queda e a camada de neve nas montanhas circundantes. Autoridades estaduais contribuíram com outros US$ 90 mil (R$ 437,5 mil) para pagar um empreiteiro de semeadura de nuvens.

Em março de 2023, o Bureau of Reclamation dos EUA anunciou a doação de US$ 2,4 milhões (R$ 11,6 milhões) para os estados da bacia do rio Colorado superior para realizar a semeadura de nuvens aéreas e terrestres. Em Utah, o programa de semeadura de nuvens do Estado recebeu aumento de US$ 12 milhões (R$ 58,3 milhões) em um ano, enquanto seu orçamento anual aumentou de US$ 800 mil (R$ 3,8 milhões) para US$ 5,8 milhões (R$ 28,2 milhões), de acordo com Jake Serago, engenheiro de recursos hídricos da Divisão de Recursos Hídricos de Utah. Serago disse que os baixos níveis históricos de água em Great Salt Lake e Lake Powell, que fornecem água para Califórnia, Arizona e Nevada, despertaram interesse na semeadura de nuvens. “Tivemos seca muito longa”, disse Serago.

Um experimento em Idaho descobriu que a semeadura de nuvens de inverno usando iodeto de prata produziu a quantidade equivalente de neve para encher 300 piscinas olímpicas em comparação com nuvens que não foram semeadas, de acordo com artigo de 2020 na Proceedings of the National Academy of Sciences. O estudo usou sensores de radar e terrestres para medir a queda de neve. Sarah Tessendorf, autora do estudo e cientista do projeto no Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica em Boulder, Colorado, EUA, disse que os riscos ambientais da semeadura de nuvens são relativamente benignos, já que a quantidade de prata detectada na neve está abaixo dos níveis perigosos.

“É como se estivéssemos pegando uma esponja pingando e a apertando”, disse Jennings, meteorologista do projeto da West Texas Weather Modification Association. Isso é suficiente para trazer duas polegadas extras de chuva por ano, água que pode ajudar plantações a sobreviver a períodos de seca e a recarregar os aquíferos subterrâneos vitais para agricultores, pecuaristas e residentes rurais. Em todo o oeste dos Estados Unidos e no México, a demanda por semeadura de nuvens disparou à medida que os períodos crescentes de seca extrema e o aquecimento climático a tornam alternativa mais barata para soluções tecnológicas caras, como a dessalinização de água canalizada para o interior do Oceano Pacífico ou do Golfo do México. Programas de semeadura de nuvens para aumentar a chuva e a neve estão em andamento nos estados de Texas, Utah, Colorado, Nevada, Idaho, Novo México e Califórnia. Autoridades do Estado do Arizona estão considerando dois novos programas. No México, autoridades federais estão espalhando nuvens em cinco estados mexicanos que sofrem com seca prolongada.

Enquanto isso, em Araraquara, um grupo de profissionais de diferentes áreas como: ciência, jornalismo, audiovisual e cultura, está preparando um documentário sobre o Dr. Frederico De Marco. A obra será baseada no livro ‘O Manda Chuva’ e o objetivo é despertar no poder público e na sociedade o apoio ao reconhecimento histórico e contemporâneo do nosso cientista que, ainda nos anos 30, já vislumbrava soluções para os problemas com o clima que o mundo enfrentaria no futuro, hoje!

Redação

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