O “Fevereiro Roxo” é uma campanha inserida no calendário de meses temáticos de ações que visam a saúde e bem-estar dos animais. O tema escolhido dessa vez tem o propósito de estimular o debate sobre a prevenção de doenças em animais idosos, incluindo as degenerativas.
Giovanna Rossi Varallo, veterinária da Coordenadoria de Bem-estar Animal da Prefeitura de Araraquara, faz uma reflexão sobre a campanha. “Envelhecer é uma conquista, mas uma hora chega o ônus. Envelhecer é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente. Trata-se de um mecanismo mal compreendido, em virtude da sua grande complexidade. Mas, de forma geral, a deterioração orgânica gradual acarretará em declínio do desempenho fisiológico e cognitivo, tornando o indivíduo mais vulnerável, em virtude do aumento de sua fragilidade”, destaca.
Ela explica que, em uma fase mais avançada do envelhecimento, o acúmulo das deteriorações orgânicas acarretarão em disfunções sistêmicas concomitantes. “Nesse momento, nos deparamos com a senilidade, a qual é caracterizada pelo processo patológico do envelhecimento, resultando em comorbidades (doenças cardiovasculares, doenças endócrinas, doenças ortopédicas, doença renal, doenças do sistema nervoso, entre tantas outras) que comprometem a qualidade de vida dos animais, as quais devem ser tratadas ou manejadas. Portanto, nessa nova fase da vida, os cuidados devem ser intensificados”, acrescenta.
Giovanna aponta ainda que definir uma idade senil para pequenos animais é muito desafiador, visto que inúmeros fatores influenciam no processo do envelhecimento e da senilidade, tais como espécie, raça, genética, manejo, ambiente, etc. Mas, de forma geral, os cães de pequeno porte e gatos atingem essa fase mais tardiamente, quando comparados com cães de raças grandes e gigantes. “O aparecimento de alguns sinais permitem o rápido reconhecimento de um cão ou gato senil. Os mais perceptíveis são aparecimento de pelos brancos, alteração do estado sono-vigília (dormem mais). Entretanto, há uma miríade de sinais, os quais estarão correlacionados com as enfermidades associadas. Portanto, mais uma vez reitero, o acompanhamento veterinário é imprescindível para garantir o envelhecimento saudável e, na terceira idade, a qualidade de vida do animal”, ressalta.
Não importa o quão bem cuidados sejam, os animais de estimação idosos são, portanto, vulneráveis a problemas relacionados ao envelhecimento, incluindo certas doenças. Isso significa que os animais idosos requerem mais atenção do que os animais mais jovens. Abaixo, seguem algumas considerações básicas e importantes que devem ser consideradas pelos tutores de animais velhos:
• Visitas frequentes ao médico veterinário;
• Oferecer uma dieta de ótima qualidade e específica para essa fase da vida;
• Controlar o peso, tanto a perda quanto o ganho;
• Controlar ecto e endoparasitos;
• Manter as vacinas atualizadas;
• Manter a mobilidade por meio de exercícios adequados;
• Oferecer um ambiente seguro para evitar acidentes e alterar o ambiente conforme a necessidade;
• Quando presente comorbidades, conduzir o tratamento e avaliações conforme prescrito e recomendado pelo médico veterinário, respectivamente;
• Preocupar-se com a qualidade de vida e o bem-estar.
A veterinária diz ainda que um profissional pode fazer uma orientação precisa sobre cada bichinho. “Seu veterinário pode ajudá-lo com todas essas considerações e fornecer recomendações personalizadas para seu animal de estimação. Cuide do seu velhinho com responsabilidade e amor”, finaliza Giovanna.