Ministério da Cultura, Petrobras e Instituto Cultural Vale apresentamCOMPANHIA DE DANÇA DEBORAH COLKER

Novo espetáculo reúne obra clássica de Stravinsky e cosmogonias originárias

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O Ministério da Cultura, a Petrobras e o Instituto Cultural Vale apresentam “Sagração”, por
meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Na versão dirigida por Deborah Colker, a música
clássica de Stravinsky encontra ritmos brasileiros no espetáculo inspirado por visões ancestrais
sobre a origem do mundo. “Sagração” estreou no dia 21 de março de 2024 no Theatro
Municipal do Rio de Janeiro. Fundada em 1994, a Companhia realizou mais de duas mil
apresentações em mais de 100 cidades de 35 países, totalizando um público de cerca de 4
milhões de pessoas em todas as suas performances.
“Durante esses anos, assistimos e participamos de muitas transformações na cultura, na
política e na economia. Chegamos até aqui porque temos este espírito de evolução, que é um
tema muito precioso para o novo espetáculo”, avalia o diretor executivo João Elias, que
fundou a companhia de dança com Deborah Colker.
O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre adaptação
de “A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky, que ganhou projeção
mundial pela montagem estreada em Paris em 1913, com coreografia de Vaslav Nijinsky e
produção de Sergei Diaghilev para os Ballets Russes. A composição musical é considerada
revolucionária por introduzir estruturas rítmicas e harmônicas nunca antes utilizadas em
partituras.
“ǫuando decidi recontar esse clássico, pensei que teria de ser a partir da cosmovisão de povos
originários do Brasil”, lembra Deborah, que também é pianista. “Stravinsky foi
responsável por pontos de ruptura e provocação entre o erudito e o primitivo. ‘A Sagração da
Primavera’ representa esses pontos de evolução da humanidade”.
Foi em uma viagem para o Xingu, durante o Kuarup, e no encontro com as aldeias indígenas
Kalapalo e Kuikuro, que Deborah conheceu Takumã Kuikuro. O cineasta contou à ela como o
povo do chão recebeu o fogo do Urubu Rei. Essa história é dançada e acompanhada por
narração do próprio Takumã e faz parte da coleção de cosmogonias que a diretora reuniu para
montar a dramaturgia do espetáculo.
“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, conclui
Deborah, que, com a assessoria de Nilton Bonder, revisitou a mitologia judaico-cristã. Do livro
“Gênesis”, as passagens sobre Eva e a serpente e também Abraão ganham cenas que
destacam momentos de ruptura. “São dois mitos que elaboram sobre a consciência humana:
pela autonomia de uma mulher que desperta para caminhos interditados e transgride; e de
um homem que sai da sua casa e cultura em direção a si mesmo”, destaca Nilton Bonder. Além
das alegorias bíblicas, a coreógrafa também buscou referências na literatura científica.
“A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens sapiens que, assim como outros
seres, precisa se adaptar constantemente”, pontua Deborah, destacando a presença das
personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no espetáculo. “Nossa
dramaturgia é feita da poesia presente em mitos e teorias que pensam a existência da vida em
nosso planeta”. A coreógrafa, em parceria com o diretor musical Alexandre Elias, introduziu à
partitura instrumental de Stravinsky a sonoridade pujante das florestas e ritmos brasileiros.

Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos acordes de
instrumentos de orquestra, o diretor musical adicionou flauta de madeira, maracá, caxixi e
tambores. Os paus de chuva também entram em cena no arranjo executado ao vivo pelos
bailarinos. Para dar vida às narrativas e trajetórias do espetáculo, o cenógrafo Gringo Cardia
incorpora 170 bambus de 4 metros de altura que simbolizam resistência e flexibilidade.
Criação, Direção e Dramaturgia DEBORAH COLKER
Direção Executiva JOÃO ELIAS
Direção Musical ALEXANDRE ELIAS
Direção de Arte GRINGO CARDIA
Dramaturgia NILTON BONDER
Figurinos CLAUDIA KOPKE
ao Desenho de Luz BETO BRUEL
Fotografia FLÁVIO COLKER

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