sexta-feira, 22, novembro, 2024

Moradores do Jardim América sofrem com usuários de drogas em área de lazer do bairro

Uma faixa pedindo para que não seja consumido entorpecente foi colocada no local pela Associação de Moradores

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Por José Augusto Chrispim

A área de lazer “Tom Zé”, localizada no centro do Jardim América, em Araraquara, foi construída com a intenção de proporcionar à população da região o lazer e a prática de esportes, porém, o local está se transformando em um ponto frequente de usuários de drogas. O grave problema está afastando as pessoas de bem da área a ponto de uma associação de moradores do bairro instalar uma faixa no gradil da quadra de esportes com os dizeres: “Proibido o uso de drogas neste local”.

Legalmente, o ato de consumir drogas por si só não configura crime. O que a Lei pune são as condutas de guardar, adquirir, portar, transportar, plantar, semear, para o consumo pessoal, conforme se depreende da leitura do artigo. O ato, a conduta de consumir drogas não é prevista no teor do artigo 28 da Lei 11.343/2006, que trata do assunto. Porém, a área é utilizada por mulheres, idosos e crianças que muitas vezes se sentem intimidados quando notam a presença de usuários de entorpecentes do local.

A reportagem conversou com uma moradora do bairro, uma aposentada, de 62 anos, que costuma frequentar o local com a sua neta, de apenas 6 anos. Ela relatou que o consumo de drogas no local é constante e acontece tanto durante o dia quanto durante a noite. “Às vezes estou aqui com a minha neta e aparecem 10 ou 12 jovens para consumirem maconha. Eles parecem não se preocupar com as pessoas que estão na praça e nem com a polícia que só passa por aqui as vezes. Eles nunca mexeram comigo, mas não me sinto bem com essa situação”, relatou a aposentada.

Registro de ocorrências

O capitão da Polícia Militar, Richard Braga de Oliveira Tonn, que é comandante da 3ª Cia responsável pelo patrulhamento daquela região da cidade, falou ao O Imparcial que depois da denúncia da nossa reportagem, foi ao local e conversou com um dos representantes da associação do bairro que colocou a faixa. “Nós fomos averiguar a situação e orientamos o representante da associação a fazer a retirada da referida faixa, pois ela acaba de certa forma atraindo mais usuários ao local, pois eles sentem uma certa sensação de falta de policiamento e isso não é positivo para o bairro”, ressaltou o capitão Braga.

O comandante acrescentou que informou o morador que não constava nenhum acionamento de viatura da PM no local para averiguar esses casos, sendo assim, a polícia não tem como fazer um acompanhamento maior da situação. “Quando a população aciona o 190 da PM, nós enviamos uma viatura ao local que vai registar a ocorrência que ficará nos nossos arquivos para ser usada, por exemplo, para sabermos onde é necessário um maior patrulhamento. Ele foi orientado a sempre que notar algo de errado, acionar a PM, pois só assim, poderemos analisar a situação e, se necessário, até realizar uma operação maior no local”, disse o PM.

Vizinhança Solidária

O morador também foi orientado pelo PM a montar um grupo de moradores e se cadastrar no programa Vizinhança Solidária da Polícia Militar. Através do programa, um morador fica responsável pela troca de informações com a PM e transmite as orientações aos membros do grupo que geralmente é formado através do WhattsApp. “Pelo programa, o morador pode relatar uma queima de uma luz de um poste, por exemplo, que nós vamos entrar em contato com o órgão responsável pela troca. Mas também pode registrar a presença de algum indivíduo suspeito que esteja pelo bairro que poderá ser abordado por uma equipe da PM”, orienta o capitão.

Hoje, o programa Vizinhança Solidária já atende a cerca de 30 bairros de Araraquara. Caso o morador de um bairro que ainda não é atendido tenha interesse em se cadastrar, deve ligar no batalhão da PM, no telefone (16) 33357141.

Maior patrulhamento

O capitão relatou à reportagem que entrou em contato com o representante da Guarda Civil Municipal que se comprometeu a colocar uma viatura estacionada na região da área de lazer no intuito de coibir o uso de drogas no local.

“Eu contatei o Alexandre da GCM que se comprometeu em colocar uma viatura fixa naquele local. Já na área da Polícia Militar, eu aumentei o patrulhamento naquela região e devo voltar a conversar com o representante dos moradores daqui a um mês para saber se a ação teve resultado positivo. Caso não tenha surtido o resultado esperado, estudaremos outras formas de combater esse problema de ordem social da melhor forma possível”, finalizou o capitão Braga.

Problema social

Outras praças e áreas de lazer da cidade também apresentam registros de uso de drogas e a presença de moradores em situação de rua que afugentam os frequentadores. A reportagem ouviu a Prefeitura que é responsável pelos próprios públicos que respondeu que a situação envolve um problema social e de saúde pública.

“A Guarda Civil Municipal (GCM) está presente realizando rondas nas praças, assim como a Polícia Militar, e atua de forma preventiva, em apoio às equipes da Saúde e da Assistência e Desenvolvimento Social.

Trata-se de um problema social e de saúde pública. São moradores em situação de rua, que são acompanhados pelas equipes de abordagem social e profissionais da saúde da Prefeitura.

Já o tráfico de entorpecentes é que deve ser coibido e a Guarda Municipal, além das rondas, sempre que reúne informações, através da análise das câmeras instaladas em praças e outros pontos, são encaminhadas para a Polícia Civil, que é o órgão responsável pela investigação desse tipo de delito.

As faixas que foram colocadas na área de lazer e esportes Tom Zé foi uma iniciativa da Associação de Moradores do Jardim América. Foram retiradas a pedido da Polícia Militar”, respondeu a assessoria de imprensa da Prefeitura.

Redação

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