1- A liminar não determina que grevistas voltem ao trabalho.
O desembargador determina que “70% dos servidores públicos municipais do Município de Araraquara permaneçam em atividade, sob pena de multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento”.
E, de acordo com afirmações do próprio governo, não há 30% de servidores em greve. Estamos, portanto, cumprindo a liminar e nenhum grevista precisa voltar ao trabalho. Pelo contrário, o movimento pode crescer.
2- O desembargador não diz que a greve é abusiva, muito menos ilegal.
Ele, na decisão, afirma que “tem-se como abusiva a paralisação total dos servidores públicos do Município de Araraquara”. Pois a paralisação dos servidores públicos foi longe de ser total, segundo afirmado também pelo próprio governo em entrevista coletiva recente.
3- Não gostaríamos de precisar ficar em greve até dia 29.
O que pedimos é tão somente uma mesa de negociação para que a data-base de 2025 não resulte em redução dos vencimentos dos servidores. O projeto reduz vencimentos, sim. Retira um valor igual de todos os servidores de forma linear e repõe em forma de percentual, prejudicando os menores salários e favorecendo os maiores.
4- A greve não é pela crueldade do projeto.
Os Servidores rejeitaram o projeto por ele ser cruel, é verdade. Mas a greve foi decretada pela recusa do governo em simplesmente dialogar sobre a proposta, negociar. Porque proposta ruim pode ser alterada, melhorada, refeita, debatida, remodelada. Mas, se não há uma única chance de abertura para que haja consenso, isso é imposição. E uma data-base é um processo de negociação, não de imposição da vontade do prefeito goela abaixo dos servidores.
5- A greve continua até que o governo chame o Sindicato e a comissão de servidores para negociar.
Os representantes de toda a sociedade na Câmara Municipal de Araraquara, os 18 vereadores, opositores e apoiadores do governo, juntos e unidos como em raros momentos, consolidaram o apoio contundente aos Servidores ao decidirem, por unanimidade trancarem a pauta do Legislativo até que o governo retire o projeto da Câmara e abra negociação.