A Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto completa 20 anos de atuação nesta sexta-feira (24). Em duas décadas de história, a unidade prisional tem focado na humanização da pena e aposta na oferta de trabalho e educação, além de projetos voltados para a saúde mental e cursos, com objetivo de reinserção da mulher presa ao convívio social. Na parte estrutural, o presídio passou por ampla reforma e adquiriu melhorias em todos os setores.
O estabelecimento penal abriga, atualmente, 168 reeducandas do regime semiaberto. Deste total, cerca de 50 estão inseridas no ensino regular. Todas as presas trabalham, seja em empresas parceiras do presídio ou na manutenção dentro da unidade, como limpeza, cuidados com a horta e reformas.
INCENTIVO À LEITURA
É realizado o empréstimo de livros para todas as reeducandas. Atualmente, a Penitenciária conta com 4.420 títulos em seu acervo e contabiliza uma retirada de cerca de 145 exemplares por mês.
A unidade oferta o projeto “Lendo a Liberdade”, que consiste na indicação de obras literárias específicas, para a realização de atividades de discussão qualificada e reflexão contextual dos livros. Por fim, as presas elaboram uma resenha.
O exercício tem o objetivo de estimular o hábito da leitura e o aperfeiçoamento da língua escrita, buscando o aprimoramento da formação pessoal, cultural e profissional das participantes.
CURSOS
A unidade realiza, ainda, vários cursos profissionalizantes durante o ano, voltado para aptidões diversas, como empreendedorismo, finanças, marketing, entre outros.
São realizados, também, eventos culturais. Exemplo do concurso “Miss Penitenciária”, cuja finalidade é trabalhar a autoestima da mulher presa, além dos diferentes padrões de beleza, autoconhecimento, autoconfiança, amor próprio e superação.
REFORMA
O presídio passou por reforma em toda a sua extensão, como elevação dos muros e troca de portões, com objetivo de aumentar os níveis de segurança. Foi construída uma nova cozinha e um refeitório moderno e climatizado para os funcionários.
A unidade teve a sua estrutura de acesso ao Pavilhão Habitacional toda reformulada. A área está totalmente automatizada e seus setores, com novos equipamentos de monitoração.
HORTA
A unidade conta também com produção de hortifrútis orgânicos, que são cultivados pelas presas, o que contribui como terapia psicossocial, laboral e na redução de custos orçamentários, uma vez que complementa a alimentação de reeducandas e funcionários.
TRANSFORMAÇÃO
Diretora da Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto, Helayne Cristina Pin de Angelis explica que os projetos buscam gerar um novo sentido de vida, para que as detentas possam transformar um passado de marginalização “em um presente de oportunidades”.
Ela destaca, ainda, o empenho do corpo funcional da unidade. “Alguns deles permanecem desde a inauguração desta penitenciária. E, mesmo em meio às adversidades, dotados de competência e amor nas atribuições desenvolvidas, contribuem para conseguirmos a execução desses projetos, atingindo os objetivos propostos”, finaliza.