sexta-feira, 22, novembro, 2024

Professor de Publicidade da Uniara fala sobre transmídia na comunicação e no entretenimento

Gabriel Arroyo explica o que é o conceito e menciona exemplos de onde e como ele é usado

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Dentro da comunicação e do entretenimento, está inserido, no cotidiano, o transmídia, talvez pouco conhecido pela população pelo nome, mas bem comum na prática. O professor do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Araraquara – Uniara, Gabriel Arroyo, explica o que é transmídia e menciona exemplos de onde e como ele é usado.

“Trata-se de uma história transmitida de forma fragmentada em múltiplas plataformas – televisão, rádio, impressos, internet etc. -, usando conteúdos diferentes dessa mesma história, mas que precisa ser entendida se for ouvida separadamente. Se eu vir apenas vídeos no YouTube, tenho que entendê-la; se for pela televisão ou no cinema, também. Agora, se eu tiver acesso a todos esses conteúdos, terei uma experiência muito melhor e mais completa”, explica Arroyo.

Ele conta que o transmídia é muito usado no universo do entretenimento, como em novelas, filmes, séries e documentários. “Trata-se da criação de mundos e de expansão do conteúdo. Por exemplo, filmes de heróis – histórias em quadrinho, cinema, séries, podcast etc. -, sendo que a franquia agrega mais canais para desenvolver os personagens. O transmídia vai ampliar esse universo, então, comercialmente é fantástico porque você pega um filme, onde há um personagem que começou nos quadrinhos e, depois, vai para filmes e séries, mas o transmídia vai organizar tudo isso para essas histórias fragmentadas ‘conversarem’ entre elas”, esclarece.

Outro exemplo mencionado pelo professor é uma novela exibida na televisão em 2012. “Nela, havia um grupo musical chamado ‘As Empreguetes’. A emissora lançou um clipe, que alcançou doze milhões de visualizações, além de ter criado um site sobre o grupo, com três milhões de visitas. Colocaram as personagens ficcionais para participarem de programas televisivos da grade, o que movimentou demais as coisas, foi uma expansão desse universo”, destaca Arroyo.

Também pela mesma emissora, outra novela utilizou-se do transmídia, em 2009, de acordo com ele. “Nela, uma modelo sofreu um acidente e ficou paraplégica – cadeirante. Na novela, ela monta um blog – Sonhos de Luciana -, mas ele existe na vida real. As pessoas começaram a participar na vida real, e essas mensagens e situações foram levadas à novela.  Então essa mistura de ficcional com real, muito interessante, fez bastante sucesso”, comenta.

Na publicidade, o transmídia é bastante usado para trazer novas experiências ao consumidor, estreitar relacionamento e humanizar a empresa, segundo o docente. “Há a Magalu, do Magazine Luiza, que humaniza uma personagem e faz com que participe de outros meios do entretenimento. Isso traz o consumidor para a fidelização da marca. Já as Casas Bahia fizeram uma interação da marca com uma novela: nela, divulgaram o sistema de entrega pelo WhatsApp e, no intervalo comercial, a entrega acontece, como se fosse uma continuação da novela, o que é uma expansão”, ressalta Arroyo.

Ele aproveita para mencionar que “o sociólogo americano Henry Jenkins, que estuda o fenômeno desde os anos 2000, é também autor do livro ‘Cultura da Convergência’, de 2009, considerado referência no assunto”. “Também temos Jeff Gomez, da produtora de conteúdos Starlight Runner Entertainment, que começou a implementar esse conteúdo transmídia dessa forma mais moderna nos filmes e nas séries, principalmente em Hollywood. Isso começou a dar muito certo, então, o entretenimento começou a trabalhar bastante com transmídia”, relata.

Arroyo também é o docente responsável pela revista eletrônica da graduação, CMIQuê?, que recentemente divulgou um podcast sobre transmídia. Os interessados podem ouvir o PPCast, como é chamado, pelo link https://spoti.fi/3wXpxiT. “São episódios semanais com temas envolvendo comunicação, produzidos por alunos do curso, sob minha orientação. Esse PPCast foi apresentado por mim e pelo aluno do segundo ano, Carlos Eduardo Passante”, finaliza.

Redação

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