Uma agenda de palestras ou rodas de conversas sobre saúde mental nas escolas municipais foi a conclusão de uma reunião do Parlamento Jovem (PJ) realizada na tarde de quinta-feira (18), na Secretaria Municipal de Saúde, com a participação do presidente da Escola do Legislativo, vereador Guilherme Bianco (PCdoB); dos vereadores padrinhos Marchese da Rádio (Patriota) e Carlão do Joia (Patriota) das escolas Externato Santa Terezinha e EMEF “Henrique Scabello”, respectivamente; e das alunas Sophia Costa, Ashely Pietra e Heloísa Júlio Vargas.
Na ocasião, também estiveram presentes a assistente técnica da Escola do Legislativo, Ana Paula Kuwana; a gestora do Espaço Crescer, Rosana Margarete Felipe; o coordenador executivo da Assistência Especializada da Prefeitura, Misael Henrique Emílio; e os professores da área de Humanas, Daniel Marcos de Paula, do Externato Santa Terezinha, e Thiago dos Santos, da EMEF “Henrique Scabello”.
Saúde mental
O encontro é resultado da Indicação nº 09/2022, realizada pelas alunas e que apontou a criação de uma campanha voltada à saúde mental dos estudantes, principalmente aqueles com idade entre 12 e 18 anos, os quais passam pela fase da adolescência, enfrentando, muitas vezes, conflitos relacionados a relações familiares, sociais, estudos, amizades, sexualidade, drogas e álcool.
Devolutiva
A ideia da reunião, de acordo com Bianco, é avançar com os projetos dos alunos, criando um vínculo entre os estudantes e o poder público para a resolução das propostas apresentadas, ao mesmo tempo em que a nova experiência serve de aprendizado para futuras edições do PJ.
“Essa é a primeira vez que a Escola do Legislativo está fazendo um processo de devolução dos projetos apresentados no PJ. Anteriormente, os projetos de lei iam para os arquivos da Câmara e não se transformavam em legislações. Agora, inovamos porque os projetos apresentados e selecionados estão evoluindo para serem transformados em lei, como o da criação do Dia Municipal do Estudante Secundarista. Vamos fazer reuniões com todas as 18 escolas participantes para dar prosseguimento às propostas dos alunos”, disse o vereador.
Adolescência e pandemia
“É muito triste verificar que muitos colegas estão passando por dificuldades, sentindo-se abalados depois do isolamento e do luto sofridos durante a pandemia de Covid-19. Além disso, estamos vivendo uma fase nova, que é a adolescência, e não sabemos lidar com nossos sentimentos. Precisamos do apoio de profissionais de saúde, principalmente psicólogos nas escolas para superar essa situação”, revelou Sophia.
Espaço Crescer
A psicóloga Rosana parabenizou as alunas pela iniciativa no Parlamento Jovem e se colocou à disposição para atender a demandas dos estudantes, destacando os serviços do Espaço Crescer a crianças e jovens, de seis meses a 18 anos idade, com transtorno mental. “A faixa etária de vocês é a mais atendida no Espaço Crescer. Dessa maneira, é possível realizar palestras falando sobre bullying, racismo e suicídio, questões que já são trabalhadas no atendimento terapêutico da instituição. No entanto, existe um leque de temas que podem ser trabalhados. Sugiro também a realização de rodas de conversa, para levar informações de maneira mais assertiva para os alunos”.
Palestras ou rodas de conversa
“A questão fundamental proposta pelas alunas é com quem falar e para quem pedir ajuda. Acredito que uma palestra seja um meio interessante para os alunos se sentirem à vontade para conversar sobre problemas como ansiedade, depressão, obesidade e racismo”, destaca o professor Daniel.
Para Misael, por meio da roda de conversa é possível identificar uma situação mais grave de alunos, podendo também servir de instrumento multiplicador de informação. “Nesse sentido, se torna importante o comprometimento da coordenação pedagógica das escolas para dar prosseguimento ao processo, tentando encaixar as atividades de palestras ou rodas de conversa na melhor data para todos os envolvidos ”, concluiu.