Neste sábado, 16 de julho, tem início o Araraquara Rock – um dos principais festivais de música do país voltados ao cenário independente. Os portões do Teatro de Arena, na Vila Melhado, serão abertos às 16 horas, para as 7 bandas da programação, que terá no fechamento a banda Viper, formada em 1985.
O festival gratuito recebe adultos e crianças, desde que os menores de 14 anos estejam acompanhados por um responsável. Para a entrada, será exigido o passaporte vacinal. Visando a contribuição solidária, é solicitada a doação de um quilo de alimento não perecível que será revertido para a Coordenadoria de Segurança Alimentar.
Vale destacar que a capacidade do Teatro de Arena é de até 3 mil pessoas. Portanto, a organização solicita que os interessados cheguem cedo para garantir a presença no interior do evento.
A estrutura para alimentação e bar contará com uma grande área de alimentação, com variedade e preço acessível nas bebidas. Não será permitida a entrada com bebidas no teatro, bem como não será permitido o consumo de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos.
A programação completa do sábado (16) apresenta: Refuse (17h), Casa Ambulante (17h50), Nebraska Inn (18h40), Mercy Shot (19h30), Gaijin Sentai (20h30), Malvada (21h40) e Viper (23h). O domingo (17) chega com: Cras (16h30), The Giant Void (17h20), A Place for Me (18h10), Bayside Kings (19h), Desalmado (19h50), Black Pantera (21h) e Ratos de Porão (22h30).
O Araraquara Rock é uma realização da Prefeitura Municipal de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal da Cultura e FUNDART – Fundação de Arte e Cultura do Município de Araraquara – em parceria com o SESC Araraquara.
O Teatro de Arena está localizado na Av. Adhemar Pereira de Barros, s/nº, na Vila Melhado. Toda a programação é gratuita.
Conheça a história da banda Viper
Soldiers of Sunrise e Theatre of Fate – O VIPER foi formado em 1985 por Andre Matos (vocais), os irmãos Pit Passarell (baixo) e Yves Passarell (guitarra), Felipe Machado (guitarra) e Cássio Audi (bateria). O primeiro show foi no tradicional teatro Lira Paulistana, em São Paulo, em 8 de abril. Na época, todos da banda ainda eram adolescentes. A banda passou então a se apresentar no circuito local e gravou a demo “The Killera Sword”, que teve boa aceitação do público após ser divulgada no programa “Rockambole”, apresentado por Beto Peninha na rádio 97 FM. Foram convidados pelo selo criado pela revista Rock Brigade para gravar seu primeiro álbum, “Soldiers of Sunrise”, lançado em 1987. O disco foi elogiado pela imprensa especializada e a banda foi convidada a fazer o show de abertura da banda Motörhead no Brasil no Ginásio do Ibirapuera, para mais de dez mil pessoas.
Cássio Audi saiu da banda e, após uma rápida passagem do baterista Mário Augusto, Val Santos assumiu a bateria durante a pré-gravação do segundo álbum. No estúdio, porém, o produtor inglês Roy Rowland optou por gravar com um baterista do estúdio (Sergio Facci, então no Vodu). O VIPER lançou em 1989 o histórico “Theatre of Fate”, considerado até hoje um dos maiores álbuns da história do heavy metal brasileiro. O pioneirismo do estilo que misturava power metal e música clássica levou o VIPER a se tornar um nome respeitado em todo o mundo. Canções como “Living For the Night”, “A Cry From the Edge”, “Prelude to Oblivion” e “Moonlight” fizeram desse álbum um clássico imediato. Seu sucesso fez com que a banda assinasse um contrato internacional para lançá-lo no Japão (JVC), Europa (Massacre Records) e Estados Unidos (Empire Records).
Evolution, Maniacs in Japan, Coma Rage, Tem Pra Todo Mundo – Por divergências musicais com o resto da banda e com foco na faculdade de música, Andre Matos decidiu deixar o VIPER ao final da “Fate on Tour”, em 1990 – turnê que contou com o baterista da banda na época, Guilherme Martin. O baixista Pit Passarell assumiu o vocal e a banda começou a compor o terceiro álbum. Com a entrada do novo baterista Renato Graccia, a banda foi para a Alemanha para gravar o álbum “Evolution”, com uma nova sonoridade.
Gravado em Munique, Hannover e Hamburgo, “Evolution” trouxe uma banda revigorada e mais pesada, com canções que também se tornaram grandes sucessos, como “Rebel Maniac”, “Evolution”, “The Shelter” e The Spreading Soul”. A banda saiu em turnê pelo Brasil e fez os shows de abertura de duas bandas marcantes: Black Sabbath, no Ibirapuera, para 20 mil pessoas, e Metallica, em duas apresentações lendárias no estádio Parque Antártica lotado.
Com o convite para apresentações na Europa e Japão veia primeira turnê mundial da banda. Passaram por Alemanha, Áustria, Hungria e Suíça, além do Japão. Em Tokyo gravaram o primeiro álbum ao vivo, “Maniacs in Japan”, um disco ao vivo “de verdade” que captou de maneira indiscutível toda a energia da banda no palco. Para comemorar a turnê japonesa a banda lançou o EP “Vipera Sapiens”, com canções gravadas durante as sessões de “Evolution” na Alemanha.
Coma Rage – Em 1994, a banda foi contratada pela gravadora Roadrunner e foi pela primeira vez para os Estados Unidos gravar o álbum “Coma Rage”. As sessões aconteceram em Los Angeles, Califórnia, e tiveram produção de Bill Metoyer, que havia trabalhado com o Slayer. O resultado foi o álbum mais pesado da banda, com influência punk evidenciada em hits como “Coma Rage”, “I Fought the Law” (cover do The Clash) e “Makin Love”. Na volta dos EUA, o VIPER fez um dos shows mais marcantes de sua carreira: dividiram o palco com Kiss, Black Sabbath, Suicidal Tendencies e Slayer no festival Monsters of Rock, no estádio do Pacaembu.
Em 1996, a banda entrou em uma aventura inusitada: após ser contratada pela gravadora Castle, mudou-se para o Rio de Janeiro e gravou “Tem Pra Todo Mundo”, um álbum que avançava no terreno do rock brasileiro e, pela primeira vez, cantado em português. Apesar da polêmica com os fãs mais radicais, o single “8 de Abril” entrou para as paradas e seu vídeo ficou em primeiro lugar na MTV. A gravadora Castle teve problemas judiciais e a banda, presa a seu contrato, teve as atividades paralisadas.
All My Life – Em 2005, a banda regressou com Ricardo Bocci nos vocais, Val Santos na guitarra e Renato Graccia na bateria, além dos membros fundadores Pit Passarell e Felipe Machado. Lançaram em agosto de 2005 o DVD “Living For the Night – 20 Years of VIPER”, contendo imagens e vídeos de toda a carreira da banda. Nessa época, Andre Matos já tinha passado pelo Angra e formado o Shaman; Yves Passarell entrou para o Capital Inicial e Guilherme Martin formou o Toyshop. Em 2007, o VIPER lançou o álbum “All My Life”, que contou com a participação de Andre Matos nos vocais de “Love is All”. Iniciaram a turnê no mesmo ano com a participação do guitarrista Marcelo Mello no lugar de Val Santos, mas, devido a projetos pessoais, em 2009 declararam uma pausa. Felipe Machado passou a se dedicar ao jornalismo e Pit Passarell começou a compor para outros artistas, como o Capital Inicial.
To Live Again Tour e retorno de Andre Matos – Em 2012, a convite da produtora Wikimetal, o VIPER anunciou a turnê “To Live Again” para comemorar os 25 anos do álbum “Soldiers of Sunrise”. Com Andre Matos, Pit Passarell, Felipe Machado, Guilherme Martin e o guitarrista Hugo Mariutti, que tocava com Andre no Shaman, saíram pelo Brasil e América Latina tocando na íntegra os álbuns “Soldiers of Sunrise” e “Theatre of Fate”. Durante a turnê, a banda fez a abertura dos shows do Kiss em São Paulo e Rio de Janeiro e gravou o CD/DVD ao vivo “To Live Again – Live in São Paulo” em 2013. Em setembro de 2013, tocaram no Rock in Rio, realizando um sonho antigo dos adolescentes que se juntaram em 1985, ano do primeiro Rock in Rio.
Novo álbum com Leandro Caçoilo – Após o Rock in Rio, Andre voltou ao Shaman e, em 2019, veio a tragédia: o vocalista morreu após sofrer um ataque cardíaco. Muitas homenagens foram feitas, inclusive a regravação (com vocais do Andre) de “The Spreading Soul”, uma das composições mais bonitas da história da banda. A canção teve produção de Mauricio Cersosimo.
Desde 2016 o VIPER conta nos vocais com Leandro Caçoilo, que prepara, com Pit Passarell, Felipe Machado e Guilherme Martin, o primeiro álbum da banda em 14 anos.