segunda-feira, 20, maio, 2024

Professora da Uniara faz um raio X do empreendedorismo

Larissa Carmelengo Dias Gomes coordena o curso a distância de Empreendedorismo da universidade

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Afinal, o que é empreender? O que diferencia uma pessoa empreendedora de uma que é empresária ou administradora, por exemplo? Ou todo empresário/administrador é um empreendedor? A coordenadora do curso a distância de Empreendedorismo da Universidade de Araraquara – Uniara, Larissa Carmelengo Dias Gomes, faz um “raio X” do empreendedorismo.

“Empreendedorismo deriva da palavra ‘entrepreneurship’. Sua origem vem da palavra francesa ‘entrepreneur’, usada no século XII para designar aquele que incentivava brigas. No final do século XVIII, passou a indicar a pessoa que criava e conduzia projetos e empreendimentos. Nessa época, o termo se referia às pessoas que compravam matérias-primas – um produtor agrícola – e às que vendiam a terceiros depois de processá-las, apresentando, portanto, uma oportunidade de negócio e assumindo riscos. A partir daí, os economistas passaram a considerar o desenvolvimento econômico como o resultado da criação de novos empreendimentos”, contextualiza Gomes.

Ela conta que o conceito de empreendedorismo moderno foi utilizado pela primeira vez pelo economista Joseph Schumpeter em 1950, “como sendo uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações”. “O autor destacou as funções inovadoras e de promoção de mudanças do empreendedor que, ao combinar recursos de maneira nova e original, serve para promover o desenvolvimento e o crescimento econômicos. O conceito atual define como o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes, e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal”, explica.

Ao contrário do que muitos podem pensar, “pode-se afirmar que todo empreendedor é um empresário, mas nem todo empresário é um empreendedor”. “O empreendedor é disciplinado, gosta de ser inovador, ter ousadia, ser persistente, visionário, ter iniciativa e coragem, e gosta do novo. O empresário, por sua vez, é todo indivíduo que tem competência para perpetuar essa mesma empresa ou o negócio. Ou ele simplesmente abriu um CNPJ, não tendo as habilidades que o empreendedor possui. Se procurarmos no dicionário, veremos que o empresário é aquele responsável pelo bom funcionamento de uma empresa, aquele que se ocupa da vida profissional e dos interesses de pessoas que se distinguem por seu desempenho perante o público”, esclarece Gomes.

A coordenadora acrescenta que, “na literatura, vemos que os empresários surgem frequentemente vindos de grandes organizações em que, por tal fato, não sentem realizados os seus objetivos pessoais ou de carreira”. “Empresário é aquele responsável por administrar uma empresa. É ele que traça os planos e metas, além de delegar funções. É alguém que cria uma nova atividade de negócio na economia. Os gestores tornam-se também empresários ao levarem suas empresas para outros mercados ou ao desenvolverem novas linhas de produtos”, completa.

A imagem do empresário de sucesso, de acordo com ela, é a de alguém que cria, inova, arrisca e cresce. “Ele valoriza a independência e a criatividade, tem um ‘olho especial’ para descobrir oportunidades que outros deixam escapar. As suas ideias podem facilmente ser vendidas a potenciais investidores e empregados, e está como um peixe na água em mercados em mudança que ainda não estão enraizados. Há certas características que todos os empresários de sucesso têm em comum, características essas retiradas de estudos feitos ao longo dos anos. E se o empresário tem todas essas características e, consequentemente, está atingindo o sucesso, ele certamente é um empreendedor”, coloca Gomes.

Quando o assunto é uma profissão que envolve o empreendedorismo, a professora aponta que, “para ser empreendedor, o indivíduo deve ser persistente, ter atratividade pela competição, lutar para a realização das suas ideias, confiar em si mesmo e aprender com os próprios erros e com os erros dos outros”. “Deve ter um planejamento para o futuro, ser otimista, procurar participar de grupos que compartilham de interesses semelhantes aos seus, arriscar-se por um desafio e, principalmente, deve estar bem informado e aprender sempre, pois as mudanças acontecem cada vez mais rapidamente e as decisões de ontem não servem para o dia de hoje”, salienta.

As pessoas, segundo a coordenadora, devem conquistar e aprender as habilidades e funções do empreendedor para que, na prática profissional, possam realizar atitudes empreendedoras, “que foram descritas pelo psicólogo David McClelland, que identificou os dez principais comportamentos de pessoas empreendedoras de sucesso: busca de oportunidades e iniciativa; persistência; correr riscos calculados; exigência de qualidade e eficiência; comprometimento; busca de informações; estabelecimento de metas; planejamento e monitoramento sistemáticos; persuasão e rede de contatos; independência e auto confiança”.

O empreendedor também precisa “ter capacidade de transformar a condição mais insignificante em uma excepcional oportunidade”. “As pessoas que possuem a personalidade empreendedora têm extrema necessidade de exercer controle para, assim, concentrarem-se em seus sonhos e atingirem os seus objetivos, que geralmente são traçados no sentido de satisfazerem a necessidade de realização e êxito pessoal. Porém, não necessariamente o empreendedor nasce com essas características prontas: ele pode aprendê-las e desenvolvê-las, sendo que muitas vezes essa personalidade advém do meio ambiente onde vive e do tipo de educação que recebeu, bem como das experiências que teve durante a vida”, explica Gomes.

Ela aproveita para dizer que, mesmo o curso de Empreendedorismo da Uniara sendo a distância, “todos os nossos alunos terão oportunidade de utilizar os serviços prestados pelo Núcleo de Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo da universidade”. “Um exemplo, caso o aluno tenha um plano de negócio, ele tem a possibilidade de uma pré-incubação, que irá proporcionar um aprendizado para amadurecer sua ideia, verificar a viabilidade do seu negócio e, até mesmo, desenvolver as habilidades que comentei”, finaliza a coordenadora.

Redação

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