segunda-feira, 20, maio, 2024

Novo livro de Baroffaldi traz números da AFE no Paulistão

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Décimo livro do historiador apresenta campanhas, formações e artilheiros da Locomotiva no estadual

sA Ferroviária, que iniciou nesta semana sua participação no Paulistão 2018, possui uma rica história no estadual mais acirrado do Brasil. E é baseado nessa trajetória que o historiador araraquarense Vicente Henrique Baroffaldi reuniu o conteúdo de seu décimo livro, chamado ‘Ferroviária no Paulistão – Campanhas, Formações e Artilheiros’ que já pode ser adquirido pelos torcedores.A obra conta como foram as 41 participações anteriores da Locomotiva no Paulistão. Ao longo de 280 páginas, o leitor conhecerá as melhores colocações, detalhes sobre o Tricampeonato do Interior, as campanhas ano a ano, equipes, artilheiros, e todos os números que o colocarão totalmente a par da história. A publicação conta também com uma série de fotos dos times, lances de jogos e atletas que se destacaram com a camisa grená.‘Ferroviária no Paulistão – Campanhas, Formações e Artilheiros’ é o décimo livro lançado por Baroffaldi em um período de apenas sete anos. É o sexto livro que tem a Ferroviária como ‘protagonista’. O autor, que estreou na literatura com o livro ‘Ferroviária em Campo: Seis Décadas de Futebol da Ferroviária de Araraquara’ (2010), lançou também ‘XV – O Alviceleste do Carmo (2011), ‘São Paulo Internacional’ (2012), ‘A Deusa Vida/Solidão Cósmica’ (2012), ‘O Futebol na Terra do Sol’ (2013), ‘Ferroviária em Campo: Breviário Grená’ (2014), ‘Ferroviária em Campo: Tricampeã do Acesso’ (2015), ‘Ferroviária em Campo Contra os Grandes Clubes Paulistas’ (2016) e ‘Ferroviária em Campo: Feitos e Exaltações’.O novo livro de Baroffaldi pode ser encontrado na livraria Vamos Ler, que fica na Rua São Bento, entre as avenidas Duque de Caxias e Espanha. São 280 páginas e 68 fotos ilustrativas, com o selo da Pontes Editores, de Campinas (SP), e é vendido ao preço de R$ 30. Vicente Baroffaldi, que sempre faz questão de agradecer a Paulo Luís Micali, que o auxilia efetivamente no desenvolvimento dos livros, concedeu uma entrevista ao jornal O Imparcial sobre seu novo trabalho. Confira:O IMPARCIAL – Como surgiu a ideia deste novo livro?BAROFFALDI – A ideia é antiga. Desde que nos pusemos a escrever sobre a Ferroviária, sentimos a necessidade de abordar esse tema. Só que fomos protelando. A vontade aumentou quando a AFE voltou à série A1, subindo em 2015. Mas então era a hora de falar sobre o acesso, e aproveitamos para englobar as três conquistas do clube nesse particular. Nasceu o “Tri do Acesso”.O IMPARCIAL – O espaço de tempo entre o novo livro e o penúltimo foi muito curto. O processo foi simultâneo? Como aconteceu essa produção?BAROFFALDI – Nenhuma das duas últimas produções começou do zero, em 2017. “Feitos e Exaltações” foi uma seleção de matérias publicadas no blog “Ferroviária em Campo”, devidamente atualizadas e adaptadas para livro. Acrescentamos cerca de trinta matérias inéditas e a obra estava pronta. Quando concluíamos esse trabalho, pensamos: “Por que não aproveitar o embalo e continuar um outro trabalho, já em fase embrionária?” E assim, em meio à conclusão do “Feitos”, fomos comentando as 41 campanhas afeanas no Paulistão e juntando aos levantamentos estatísticos, formações e artilheiros, que já tínhamos digitado. Aceleramos o ritmo para lançar o livro dois meses antes do início do Paulistão de 2018.O IMPARCIAL – O foco do livro é a participação afeana no Paulistão. Após todos os seus estudos, como você analisa, de uma forma geral, a importância da presença da Ferroviária nesta competição?BAROFFALDI – O Campeonato Paulista, todos sabem, já foi muito importante. Houve ano até em que os clubes paulistas nem participaram do Campeonato Brasileiro, sendo o Paulistão desenvolvido durante toda a temporada. Tínhamos edições extensas que ocupavam quase todo o calendário. A AFE subiu para a divisão principal em 1955. Já no quarto ano de participações, em 1959, ela encantou a todos com o seu futebol clássico, de toques rápidos e bola no chão. Sequenciou esse futebol qualificado durante a década de 60; manteve boa qualidade também na década de 70; na de 80, chegaria ao quarto lugar em 1985. Portanto, a Ferroviária sedimentou muito bem a sua condição de time praticante de bom futebol. Nenhuma outra competição projetou tanto o clube, durante tanto tempo. Os êxitos em competições nacionais – Taça de Prata em 1980 e Taça de Ouro em 1983 – foram ocasionais.O IMPARCIAL – Entre todos os números e fotos da Ferroviária que compõem seu livro, quais deles você olha com mais orgulho nos dias de hoje?BAROFFALDI – Indiscutivelmente, tudo o que é relacionado ao acesso de 1966. A Ferroviária empreendeu uma jornada realmente épica. Movida pela campanha que sensibilizou a cidade, e que tinha como slogan “Ela voltará”, a equipe encheu-se de brios e lutou estoicamente, inclusive contra poderes econômicos mais altos, e se impôs dentro de campo. As jornadas do Pacaembu, realizadas sob fortes chuvas, jamais serão esquecidas. E as fotos que os jornais da época estamparam são revisitadas com elevado grau de emoção.O IMPARCIAL – Vemos frequentemente, em programas esportivos, comentaristas defendendo o fim dos estaduais, ou pelo menos o fim da participação das grandes equipes nos estaduais. Como você analisa esses comentários?BAROFFALDI – O “desastre” que essa tendência mostra para o futebol interiorano é evidenciado por um aspecto que, desafortunadamente, salta à vista: em tempos passados, a Ferroviária teve, em seus elencos, a maior parte dos jogadores nascidos em Araraquara e região. Para o Paulistão de 2018, o número de atletas da AFE que nasceram por aqui é zero. Ou seja: conseguiram, com decisões que interessam aos grandes clubes, aniquilar o celeiro de craques que sempre foi o interior paulista. Não só isso… conseguiram fazer do futebol uma prática de resistência, fôlego, condicionamento atlético, ceifando a improvisão, a criatividade, o talento.O IMPARCIAL – Como você analisa a formação do elenco e a preparação para o estadual? O que você espera desse time?BAROFFALDI – O planejamento parece ter sido bem pensado. As contratações, feitas no limite dos recursos, podem resultar numa boa campanha desde que o competente técnico PC consiga fazer o grupo render o que pode. Agora… tem o fator de comparação: como os adversários se armaram, e é aí que mora o perigo, pois ninguém é ingênuo e primário no seleto grupo de 16 integrantes do Paulistão.

Redação

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